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terça-feira, 25 de abril de 2023

Dicas de músicas

Instrumental

As Quatro Estações (Vivaldi) - obra completa: Primavera, Verão, Outono, Inverno.

Passacaglia (Händel) ao piano

Eine Kleine Nachtmusik (Mozart)

Für Elise (Beethoven) ao piano

Sonata ao Luar [Moonlight Sonata] (Beethoven) ao piano

A Cavalgada das Valquírias [The Ride of Valkyries] (Wagner)

Sonata in Darkness (Michael Giacchino) ao piano - trilha de Batman (2023)


Coral

O Fortuna (Carl Orff) da obra Carmina Burana

Because (The Beatles)


Canto lírico [trechos de óperas]

Vesti la Giubba (Ruggero Leoncavallo) - da opera Pagliacci

Flower Duet (Delibes) - da ópera Lakmé


Vozes incríveis:

Try Just a Little Bit Harder (Janis Joplin)

Piece of my Heart (Janis Joplin)

I Put a Spell on You (Creedence Clearwater Revival)

Oh Darling (The Beatles)

Who's Loving You (Jackson 5)

Miss Misery (Narareth)

Back in Black (AC/DC)

We Will Rock You (Queen)

Take on Me (A-ha)

Girls Just Want to Have Fun (Cindy Lauper)

She's a Mistery to Me (Roy Orbison)

Welcome to the Jungle (Guns n' Roses)

Beyond the Wheel (Soundgarden)

I Will Always Love You (Whitney Houston)

Come as You Are (Nirvana) - Unplugged

Never Loved a Girl (Aerosmith)


Michael Jackson criança, na banda Jackson 5, cantando como adulto:


Em dezembro de 1969 o grupo Jackson 5 liderado pelo pequeno Michael se apresentou no show do Ed Sullivan, o mesmo programa de TV que revelou Os Beatles para o mundo.


Rock das décadas de 1950 e 60

Great Balls of Fire (Jerry Lee Lewis) - 1957

Twist and Shout (The Beatles) - 1963

Oh! Pretty Woman (Roy Orbison) - 1964

She Loves You (The Beatles) - 1964

I Can't Get No Satisfaction (The Rolling Stones) - 1965

Day Tripper (The Beatles) - 1965

Hey Jude (The Beatles) - 1968

Proud Mary (Creedence Clearwater Revival) - 1969

Come Together (The Beatles) - 1969

Here Comes the Sun (The Beatles) - 1969


Rock e pop das décadas de 70, 80 e 90

Cry Baby (Janis Joplin) - Gravado em 1970 e lançado postumamente.

Sultans of Swing (Dire Straits) - 1978

Another Brick in the Wall [part II] (Pink Floyd)- 1979

Still Loving You (Scorpions) - 1984

Sweet Child o' Mine (Guns n' Roses) - 1987

Listen to Your Heart (Roxette) - 1988

Oh Father (Madonna) - 1989

The Unforgiven (Metallica) - 1991

Nirvana Unplugged in New York (Nirvana) - 1994 - álbum completo


Artistas de várias partes do mundo

Portugal: Dulce Pontes

Cuba: Buena Vista Social Club (super grupo)

Estados Unidos: James Brown

Índia: Ravi Shankar (instrumental indiano)

Egito: Amr Diab

Líbano: Marcel Khalife

Mali: Tinariwen (banda de desert blues)

Itália: Laura Pausini

Alemanha: Die Toten Hosen (banda de hard rock)

Flamenco/cigano: Gipsy Kings (banda)


Fusão de estilos

Norwegian Wood (The Beatles) - 1965 = folk + música indiana

Paint it Black (The Rolling Stones) - 1966 = rock + música indiana

Eleanor Rigby (The Beatles) - 1966 = clássico + art rock

Light my Fire (The Doors) - 1967 = rock + jazz

The End (The Doors) - 1967 = art rock + música indiana

Bohemian Rapsody (Queen) - 1975 = rock + ópera

Kashmir (Jimmy Page and Robert Plant) - 1994 = art rock + música egípcia


Artistas brasileiros

Tim Maia

Marisa Monte

Chico Buarque


Obviamente muitas músicas e artistas ficaram de fora, senão a postagem ficaria quase infinita! Não significa que a lista acaba aí. Mas acho que é um ótimo começo. 

A música enriquece a mente! 

E saber ouvir, com a mente aberta e empatia, é uma indispensável virtude!

Os Beatles em Abbey Road (Londres, 1969)


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Breve olhar sobre os anos 60: a última grande revolução





Na história da humanidade (não confundir com a história natural) sempre houve períodos de turbulência revolucionária. Refiro-me a períodos de intensa produção e reformulação do pensamento, que mais tarde – e, em alguns casos, concomitantemente – também culminariam em mudanças práticas.

As condições materiais de vida impulsionam o pensamento, a consciência, e esta as revoluções. Exemplos:
1) Possibilidades reais de expansão marítima e geração de riqueza – condições materiais que levaram ao sonho, desejo e necessidade de exploração além-mar – culminando nas Grandes Navegações;
2) Exploração colonial – condições materiais que culminaram em pensamentos emancipatórios nas colônias – teorias que dariam luz ao nascimento de novas nações independentes;
3) Absolutismo monárquico e insatisfação burguesa – condições materiais que culminaram no pensamento iluminista – ideias que por sua vez levariam à revolução francesa;
4) Exploração da mão-de-obra – condições materiais que culminaram no pensamento comunista – consequentemente levando às revoluções russa, chinesa, cubana entre outras.

Além do Iluminismo, houve outros três períodos históricos marcados por grande produção filosófica, científica e literária, todos determinantes para o pensamento e o modo de vida: o Renascimento, o Romantismo (incluindo correntes antagônicas no mesmo período – o séc. XIX) e o Modernismo (séc. XX). Todos eles tiveram fundamental importância na estruturação social e no modo como o homem passou a perceber o mundo. Houve ainda mais um período com mesmo grau de importância, porém mais atual: o período que comporta a década de 1960 e início da década de 1970.

Este foi um período de grande turbulência social e cultural. As condições materiais para isso são inúmeras, mas poderiam ser resumidas em uma tese central: a juventude crescendo em um período pós-guerra (fim da 2ª Guerra Mundial) e temendo a hipótese de uma eminente guerra nuclear. Ao encarar a ideia da morte eminente, essa juventude – até então reprimida – tentou sugar ao máximo, ao seu modo inocente, o que a vida e o momento presente lhes poderiam ofertar em prazeres hedonistas.

A cultura surgida como fruto desse pensamento e que seria a força impulsionadora das revoluções que ocorreriam nesse período está ainda no final da década de 1950. Este antecedente tinha o nome de rock and roll. Em termos de poesia, o rock era a única alternativa até então que falava aos anseios do jovem: namorar. Letras que falam de carros possantes se traduziam ao imaginário da juventude como uma fuga, uma possibilidade de liberdade, longe da vista dos pais. Em termos de música, era um som que exigia a formação de casais para a dança, aproximando as pessoas, permitindo o contato corpo a corpo numa sociedade sexualmente reprimida. Em termos de atitude, a preparação com roupa de baile e a desinibição pelo uso de álcool eram os rituais que não apenas antecediam o namoro, mas começaram a fazer parte do estilo de vida dessa geração.

Foi nesse contexto que cresceram os Beatles, os Rolling Stones e seus contemporâneos. A diferença é que para esses meninos já não bastava apenas estar presente do baile, eles queriam comandar a festa. Inspirados por seus ídolos da década de 1950 (Elvis Presley, Chuck Berry etc) eles saíram da escola em busca de um sonho: ser como os seus heróis.

Com muito trabalho eles conseguiram chegar ao estrelato no início da década de 1960. Tornaram-se então ídolos dos jovens da época e de sua própria geração. Mas em meados da década, as turbulências sociais e políticas se intensificaram, o que motivou um abandono da inocência e um engajamento artístico e popular em prol de melhores condições de vida. Entre 1966 e 1967 irrompeu o auge da cultura hippie, em protesto à Guerra do Vietnã, com modo de vida anticapitalista, slogans pacifistas, passeatas e apelos à liberdade de expressão, aos direitos das mulheres, ao fim da segregação racista.

Nesse contexto, a música já não era mais composta para bailes. Aqueles arranjos simples com três acordes deram lugar a arranjos complexos, mesclando rock e música clássica, às vezes com influência da música oriental, e com tudo mais o que a criatividade artística concebesse livremente, abolindo preconceitos. O ritmo mudou tanto que já não podia mais ser dançado, exigindo apenas a audição e apreciação do ouvinte. As letras então se tornaram mais elaboradas poeticamente e engajadas politicamente. E a música passou a ser apenas ouvida, e quando cantada, as canções converteram-se em hinos daquela geração.

Os Beatles reinavam absolutos como a voz mais influente da época, mas seus discípulos diretos e indiretos também estavam presentes, não só unindo-se ao coro, mas tentando levar a revolução cultural a níveis cada vez maiores.

No centro do mundo capitalista, os EUA, o festival de Woodstock em 1969 reuniu artistas como The Who, Janis Joplin, Jimi Hendrix e um público recorde de jovens em torno de uma única celebração. Era também uma fuga da agitação e dos problemas daquela época conturbada.

No ano seguinte, Jimi Hendrix e Janis Joplin morreriam aos 27 anos. Nove meses depois Jim Morrison juntar-se-ia a eles, também aos 27. Parecia o destino cobrando o seu preço por uma vida de muitos exageros: muitas festas, muitas drogas e muito trabalho.

No mesmo ano em que Jimi e Janis transcenderam deste mundo, os Beatles se separaram. Eles já não eram mais tão jovens, estavam chegando aos 30 e haviam tocado juntos por mais de 10 anos. Cada um foi se dedicar à sua própria família e carreira solo. Assim, 1970 foi um ano de perdas inestimáveis para aquela geração, causando algumas desilusões, marcando o fim de uma era, mas aquela agitação ainda perduraria por mais uns anos como um efeito ressaca. Bandas como Led Zeppelin e Pink Floyd se propuseram à missão de elevar o som dos anos 60 a patamares ainda mais complexos.


A poesia do Rock

Em “My Generation” (1965) o grupo The Who cantava ao espírito jovem contestador que questionava os valores pelos quais os pais educavam seus filhos. Um dos hinos daquela geração. A seguir um trecho da letra:

As pessoas tentam nos colocar pra baixo
Só porque nos damos bem
As coisas que eles fazem parecem terrivelmente frias
Espero morrer antes de ficar velho
Essa é a minha geração, baby

Por que vocês todos não desaparecem?
E parem de tentar entender o que nós dizemos
Não estou tentando causar nenhuma confusão
Só estou falando sobre a minha geração


No auge da agitação eis que surge um poeta tímido, Jim Morrison, mas ao assumir uma personalidade dionisíaca, tornar-se-ia um símbolo da liberação sexual. Nas apresentações ao vivo da banda, o poeta convocava os jovens à revolução:

The Doors - Five to One, 1968 (trecho):

Cinco contra um, baby
Um e cinco
Ninguém sai daqui vivo, agora
você leva os seus e eu levo os meus
Vamos conseguir, baby, se tentarmos

Todos nós envelhecemos e os jovens se fortalecem
Pode levar uma semana e pode levar mais tempo
Eles têm as armas, mas nós temos a maioria
Vamos vencer, sim, estamos dominando!

Seus dias de baile acabaram, baby


As condições de vida formaram o espírito da época que inspirou os jovens a acreditarem que um mundo melhor era possível e que isso dependia apenas deles, cobrando da juventude uma mobilização para tomarem o controle da política e de suas vidas, caso contrário poderia não haver futuro. Sonhando em fazer um mundo ideal, lutava-se contra problemas concretos: a guerra, o racismo, os valores machistas e as ditaduras (cada país tinha a sua a seu modo).


John Lennon - Imagine, 1971 (trecho):


Imagine não haver propriedades
Eu me pergunto se você consegue
Nenhuma necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade de homens

Você pode dizer que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia você junte-se a nós
E o mundo viverá como um só.



Era uma época diferente. Alguns daqueles anseios parecem não fazer mais sentido hoje, outros como a luta pela igualdade, o fim da fome e a paz, ainda são utopias de toda a humanidade.

domingo, 3 de março de 2013

Fragmentos

Os poetas malditos - Eterna busca do ideal de vida.
'Homo Homini Lupus'
A estética clássica encara o Modernismo.
Contra as convenções sociais, álbum Revolver, 1966.
Arquétipos do inconsciente e um Je ne sais quoi.
Metáforas de morte... Um tanto gótico.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Jim Morrison - poeta do rock

Ontem, dia 3 de julho, foi aniversário da morte de Jim Morrison, poeta e vocalista da banda The Doors.  Por isso publico aqui novamente um trecho do que escrevi no dia 3 de setembro de 2011, na postagem “Alteregos” sobre o poeta do rock.

O tecladista Ray Manzarek (do grupo The Doors) afirmou que Jim Morrison teria desenvolvido duas personalidades:

Jim – poeta criativo, amigo, divertido, contagiante, inteligente.
Jimbo – alcoólatra, sarcástico, autoconfiante, agitador das multidões.

Na adolescência, Morrison recebeu uma correspondência escolar que o descrevia como sendo um jovem tímido e centrado em si mesmo.

Ele fez testes de QI na escola e obteve a pontuação de 149. Na classificação proposta por Lewis Terman, o QI acima de 140 denota genialidade. Na classificação, originalmente proposta por Davis Wechsler, o QI acima de 127 denota superdotação.

Esse garoto, leitor de Nietzsche e Rimbaud, quando começou a se apresentar era tão inseguro que não conseguia encarar a platéia de frente, preferindo cantar com os olhos fixos na banda e de costas para o público. Ele nunca teve treinamento vocal.

Mas Jim passou por uma metamorfose. Incorporando um índio num ritual xamanístico, ou drogando-se cada vez mais, fato é que Jim foi aos poucos se tornando Jimbo.

O cantor referiu a si mesmo na música L.A. Woman como Mr. Mojo (na língua inglesa, mojo é uma gíria para libido ou charme). Morrison repetia insistentemente os versos: “Mr. Mojo risin” que numa tradução livre seria algo como “O Sr. Garanhão está ressurgindo”. Repare que esse verso é um anagrama perfeito do nome “Jim Morrison”.

Ray Manzarek, que era adepto da meditação, disse ter visto a energia psíquica de Jim deixar o seu corpo. Isso aconteceu na última apresentação da banda ao vivo.

Jim Morrison, autor de livros de poesia e vocalista dos Doors, morreu em Paris, com 27 anos de idade. Pouco antes dele foram Jimi Hendix e Janis Joplin, também aos 27.

The Doors:
Robby Krieger – guitarrista com formação de música flamenca.
John Densmore – baterista de jazz.
Jim Morrison – poeta e amigo de Ray na faculdade de cinema.
Ray Manzarek – tecladista e pianista com formação clássica.

 
Jim e a sua face oculta (Jimbo).
















O poeta também chamado de "Lizard King".




















Jim Morrison: 1943 a 1971




sábado, 3 de setembro de 2011

Alteregos


Do latim, alter (outro) e ego (eu).

Outro eu: cada um tem o seu?

Na mitologia, o deus Jano tinha duas faces, uma apontada para o passado e outra para o futuro. Daí  veio a origem etimológica do mês de “janeiro”.


Jano


A literatura dos quadrinhos criou vários exemplos que se tornaram famosos, como o Dr. Bruce Banner (em outras versões David Banner) e o seu alterego, o incrível Hulk. Neste exemplo, o alterego é evidente, não só pela transformação psicológica, como também pela mutação física.




O livro de ficção científica O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde (no Brasil, O Médico e o Monstro) escrito pelo escocês Robert Louis Stevenson e publicado originalmente em 1886 talvez tenha servido de inspiração para os criadores de Hulk.

Outro exemplo famoso dos quadrinhos é o de Bruce Wayne (milionário) e seu alterego Batman (o homem morcego, o homem sem medo, o cavaleiro das trevas). Particularmente, esses dois me recordam muito Don Diego De La Vega e seu alterego Zorro, personagens da literatura norte-americana, criados em 1919 pelo escritor Johnston McCulley.

A literatura em geral, especialmente a modernista, trata exaustivamente do tema, levando-o ao extremo imaginável. Mas não são apenas as personagens que manifestam alteregos. O poeta Fernando Pessoa desenvolveu vários alteregos, ou melhor, heterônimos (autores fictícios com personalidades distintas; história, características literárias e traços físicos próprios). Portanto, foram muito além de apenas pseudônimos (falsos nomes). Dentre esses heterônimos, os mais conhecidos são:

Alberto Caeiro – loiro, olhos azuis, instrução primária, poeta da natureza e crítico da metafísica. Autor de 104 poemas. Utilizava-se de objetividade e linguagem simples.

Ricardo Reis – médico e poeta neoclássico, estóico e epicurista. Fazia muitas referências ao paganismo greco-romano. Por ser monarquista, exilou-se espontaneamente no Brasil depois que Portugal se tornou uma república.

Álvaro de Campos – engenheiro e poeta vanguardista, cosmopolita e muito subjetivo. Sua obra foi marcada por três fases: decadentista, futurista e niilista.

E finalmente, o próprio Fernando Pessoa (o ortônimo) – poeta do saudosismo português com uma veia voltada para o ocultismo e o misticismo.


As várias pessoas de Pessoa.

No cinema, o Clube da Luta (Fight Club, EUA, 1999) é o filme mais curioso de que posso me recordar agora. Não conto mais aqui para não estragar a trama.

Na música, o caso mais curioso está relacionado ao grupo The Doors, e mais especificamente ao seu vocalista, Jim Morrison. O tecladista Ray Manzarek afirmou que o cantor teria desenvolvido duas personalidades:

Jim – poeta criativo, amigo, divertido, contagiante, inteligente.
Jimbo – alcoólatra, sarcástico, autoconfiante, agitador das multidões.


O sorriso irônico: Jim ou Jimbo?

Na adolescência, Morrison recebeu uma correspondência escolar que o descrevia como sendo um jovem tímido e centrado em si mesmo.

Ele fez testes de QI na escola e obteve a pontuação de 149 (onze pontos abaixo de Albert Einstein). Na classificação proposta por Lewis Terman, o QI acima de 140 denota genialidade. Na classificação, originalmente proposta por Davis Wechsler, o QI acima de 127 denota superdotação.

Esse garoto, leitor de Nietzsche e Rimbaud, quando começou a se apresentar era tão inseguro que não conseguia encarar a platéia de frente, preferindo cantar com os olhos fixos na banda e de costas para o público. Ele nunca teve treinamento vocal.

Mas Jim passou por uma metamorfose. Incorporando um índio num ritual xamanístico, ou drogando-se cada vez mais, fato é que Jim foi aos poucos se tornando Jimbo.

O cantor referiu a si mesmo na música L.A. Woman como Mr. Mojo (na língua inglesa, mojo é uma gíria para libido ou charme). Morrison repetia insistentemente os versos: “Mr. Mojo risin” que numa tradução livre seria algo como “ O Sr. Garanhão está ressurgindo”. Repare que esse verso é um anagrama perfeito do nome “Jim Morrison”.

Ray Manzarek, que era adepto da meditação, disse ter visto a energia psíquica de Jim deixar o seu corpo. Isso aconteceu na última apresentação da banda ao vivo.

Jim Morrison, autor de livros de poesia e vocalista dos Doors, morreu em Paris, com 27 anos de idade. (Pouco antes dele foram Jimi e Janis, também aos 27).

E os nossos vários perfis e avates que criamos e dos quais dispomos na internet. Não seriam eles também alteregos da nossa persona?

Cada pessoa tem várias faces, cada uma adaptada a um contexto social específico.



“O mundo todo é um palco e nós meros atores”.
(parafraseando Shakespeare)