sábado, 27 de junho de 2020

Artigo mais recente publicado

Capa do livro


Sinopse

O livro apresenta um diálogo entre as práticas docentes de língua e literatura do município de Serra – ES e as pesquisas desenvolvidas no âmbito do Profletras do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – campus Vitória, a fim de que novos caminhos para as práticas na área da literatura e da  linguagem possam se instaurar na escola básica.

Organizadoras: Letícia Queiroz de Carvalho - Magda Simone Tiradentes


Link para mais detalhes e compra do livro:


São 18 artigos no total.
Meu artigo intitulado LITERATURA DE CORDEL NA ESCOLA se inicia na página 129.

Alunas premiadas em concurso literário

Esta é uma notícia de 2019, quando duas de minhas alunas foram premiadas num concurso literário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), na categoria poesia.

Ambas cursavam o 9º ano do ensino fundamental.

Primeiramente, divulguei o concurso entre todos os meus alunos. Em seguida, fiz um longo trabalho com as turmas em sala de aula para preparar as produções. Isso envolveu desde leitura e compreensão de textos poéticos até oficinas práticas de metrificação, além de aulas e exercícios sobre figuras de estilo como assoância e aliteração.

Depois que cada estudante escreveu sua produção individual, fiz as revisões ou observações e incentivei a se inscrevessem no concurso.

Juntamente com a escola, possibilitamos aos nossos alunos uma visita à Feira Literária da Ufes naquele ano.

O estudo, a dedicação, o esforço de escrever e reescrever; em suma, todo o empenho dessas meninas foi merecidamente recompensado. Isso as define como dois talentos promissores. E em seus currículos, para sempre, haverá a menção a um prêmio literário conquistado aos 15 anos de idade, quando concorreram com estudantes de todo o estado e de várias faixas etárias.

Que isso sirva de estímulo a todos os estudantes. Participar com empenho é, em si, um aprendizado para toda a vida e isso já é uma vitória. Essas alunas são vitoriosas não só no concurso literário, mas em tudo o que elas aprenderam e desenvolveram nesse trabalho. Por seus próprios méritos, elas se colocaram em posição de destaque. Se em suas jornadas estudantis persistirem nesse caminho, serão também vitoriosas na vida.

Segue link da matéria:
http://serra.es.gov.br/noticias/alunas-da-serra-sao-premiadas-em-concurso-literario-capixaba


sexta-feira, 26 de junho de 2020

Neuropsiquiatria e Augusto dos Anjos


A minha dissertação de mestrado em Letras-Estudos Literários foi citada e aparece como referência em um artigo de medicina cujo título é “A poética de Augusto dos Anjos e a neuropsiquiatria no fin de siècle



Segue o link da publicação:

Autores:

Leonardo Cruz de Souza
Neurologista, Serviço de Neurologia/Departamento de Clínica Médica
(CLM)/Faculdade de Medicina (FM)/Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
Belo Horizonte – MG – Brasil

Ana Carolina Sarquis Salgado
Psiquiatra, Grupo de Neuropsiquiatria/Hospital das Clínicas/UFMG.
Belo Horizonte – MG – Brasil

Maurício Viotti Daker
Psiquiatra, Departamento de Saúde Mental/FM/UFMG.
Belo Horizonte – MG – Brasil

Francisco Cardoso
Neurologista, Serviço de Neurologia/Departamento de Clínica Médica
(CLM)/FM/UFMG.
Belo Horizonte – MG – Brasil

Antônio Lúcio Teixeira
Neurologista e psiquiatra, Serviço de Neurologia/CLM/FM/UFMG.
Belo Horizonte – MG – Brasil


Sobre a revista que publicou o artigo

História, Ciências, Saúde – Manguinhos é uma publicação trimestral da Casa de Oswaldo Cruz, uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A revista foi lançada em julho de 1994. Passou a publicar versão digital em 1998 e ingressou no Portal SciELO em 2000. Acolhe trabalhos em português, espanhol e inglês, cuja submissão é realizada on-line, sem cobrança de nenhuma taxa.
Fonte: http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/sobre-nos/



Esse artigo foi publicado em 2018, mas apenas em 2020 descobri isso, por uma obra do acaso, e fiquei muito feliz pelas 6 citações e a referência bibliográfica. 

Há nesse artigo uma interdisciplinaridade: eu sou das Letras, o artigo é de Medicina; e um intercâmbio estadual: eu no Espírito Santo, os autores do artigo em Minas Gerais.

Eu não conheço nenhum dos autores e nunca tive nenhuma forma de comunicação com eles, nem a distância, mas quero aqui agradecer a cada um deles por verem em meu trabalho [árduo] uma contribuição para seus campos de pesquisa.

Conteúdos temáticos e ideológicos em Augusto dos Anjos. 

Minha dissertação pode ser lida online ou baixada em PDF no link abaixo:

terça-feira, 23 de junho de 2020

Stone Temple Pilots – Perdida 2020

Capa de Perdida, 2020.

Stone Temple Pilots é considerada por alguns como uma banda de grunge rock, por outros como rock alternativo da década de 1990, ainda em atividade. Como todo bom ouvinte de música já deve ter reparado, as bandas que duram mais de 5 álbuns, costumam se reinventar sonoramente. Foi assim com os Beatles (Sgt. Peppers), com o Metallica (black album), com o Green Day (American Idiot) só para citar alguns exemplos. Toda mudança pode causar estranhamento inicial, mas jamais deve ser vista como algo negativo sem que antes se dê chance à experiência de conhecer de perto o novo paradigma.

Stone Temple Pilots em seu mais recente álbum não parece trazer uma mudança de estilo ou gênero, e sim um novo projeto. Mas só o futuro poderá confirmar isso.

PERDIDA, lançado em fevereiro de 2020, não é um álbum de grunge, rock alternativo ou de qualquer vertente ou subgênero do rock. Ele é e precisa ser encarado como um álbum de baladas. E não são metal ballads, nem rock ballads, são baladas mesmo. 

E que baladas! Para mim, é difícil acreditar que se trate de canções de 2020 e não dos anos de 1970. São baladas nostálgicas com pitadas de "romantismo"; um pouco tristes, mas não chegam a compor um álbum melancólico como de algumas bandas britânicas dos anos 1990.

PERDIDA traz discretamente influências de folk, country, música hispânica e cigana. As canções rememoram aquele clima das baladas soft rock de bandas como Bread e Pholhas.

A banda
Exceto pelo vocalista, Stone Temple Pilots mantém todos os seus membros originais:
Jeff Gutt – voz;
Dean DeLeo – violão e guitarra;
Robert DeLeo – baixo, teclados,  e vocais de apoio. Voz principal em"Years";
Eric Kretz – bateria e percussão.

Outros instrumentos como flauta, violino, violoncelo, saxofone etc. foram adicionados por músicos contratados.

PERDIDA embala os ouvidos de forma tão prazerosa que não se nota a passagem dos exatos 45 minutos de duração do álbum.

Pelo trabalho belíssimo de muita riqueza instrumental e primorosa melodia, avalio o álbum com 5 de 5 estrelas. 

domingo, 21 de junho de 2020

O que é crítica musical?


Enquanto a crítica literária se tornou extremamente formal e acadêmica, porém ainda existindo em diversos meios midiáticos, desde jornais até o Youtube, a crítica musical tem seu lugar nas revistas especializadas, jornais e internet; sem o mesmo rigor formal e acadêmico da crítica literária, mas com grande relevância até os dias de hoje.

Existe a crítica literária feita por jornalistas e youtubers. E a crítica literária feita por professores, especialistas, mestrandos, doutorandos, mestres, doutores e pós-doutores. A diferença entre esses dois tipos de crítica é enorme, mas ambas são relevantes.

Os críticos de música em boa parte não são músicos. Escrevem para jornais, revistas e blogs ou publicam vídeos, mas nem todos são jornalistas. Porém, eles têm um conhecimento empírico de música. O papel do crítico musical é divulgar opções, tendências e novidades.

O que faz um bom crítico musical é, em primeiro lugar, o conhecimento que ele tem de música, estilo, história e intertextualidade. Obviamente, também saber se expressar bem em sua língua é um requisito que não precisa ser mencionado.

O que pode ser um diferencial no crítico de música para que ele seja considerado um bom redator é sua capacidade de criar novas expressões e comparações que traduzam suas percepções da linguagem musical para a linguagem verbal, escrita ou falada. Ou seja, o crítico de música precisa usar de palavras, com muitos adjetivos e expressões sinestésicas, para transmitir uma ideia sobre o som que o seu espectador (leitor ou ouvinte) não está ouvindo.

Essa é a marca do bom crítico musical. Quando ele consegue por meio das palavras fazer seu público imaginar um som e querer ouvir esse som.

Filme recomendado: Quase Famosos (Almost Famous, 2000)

O filme Quase Famosos é semiautobiográfico. Retrata a experiência de Cameron Crowe aos seus 15 anos de idade excursionando com o Led Zeppelin na década de 1970 e escrevendo para a revista Rolling Stone. Anos mais tarde o já diretor escreveu o roteiro e filmou essa grande obra usando uma banda fictícia. A trilha sonora, as falas e as cenas são deslumbrantes.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Pearl Jam – Gigaton 2020


O álbum GIGATON do Pearl Jam lançado em março de 2020 já nasceu um clássico! E pode com tranquilidade ser considerado um dos melhores álbuns da carreira da banda. O melhor, obviamente, é o primeiro: TEN.

GIGATON surgiu em meio a uma pandemia, o que não era previsto pela banda. Mas ele se encaixa perfeitamente como a trilha sonora dos tempos em que vivemos, tanto pela temática quanto por sua sonoridade contemporânea. 

GIGATON está disponível no YouTube, Spotify e em outras plataformas de streaming.

A banda tem a mesma formação do seu primeiro álbum, exceto pelo baterista e pela adição de um tecladista.

Eddie Vedder – vocal;
Mike McCready – guitarra solo;
Stone Gossard – guitarra;
Jeff Ament – baixo;
Matt Cameron – bateria [ex-Soundgarden];
Boom Gaspar – teclado.

A sonoridade do álbum merece muitos predicados para destacar a sua qualidade. A voz e estilo inconfundíveis de Eddie Vedder, além das guitarras, nos dizem que é o velho Pearl Jam. Já os vocais adicionais, teclados e alguns efeitos sonoros nos remetem a algo novo, mas que casou muito bem com a banda.


Faixa a faixa:

1- Who ever said: a faixa de abertura não demora a agradar. É uma canção que agita. Sem dúvida, uma ótima faixa para abrir um álbum de rock. Tem cara e cheiro de sucesso garantido. Imagino ela como sendo indispensável nos futuros shows do Pearl Jam ao vivo após a pandemia.

2- Superblood Wolfmoon: o título refere-se à lua cheia com tom avermelhado para a qual os lobos uivam. Essa é outra faixa que, como a primeira, cola rapidamente. Um rock com um solo de guitarra incendiário! Muito prazerosa de ouvir.

3- Dance of the Clairvoyants: esta é a faixa mais experimental do álbum, e a banda acertou em cheio nessa experimentação! Ela é dançante, perfeita para ouvir em uma boate. E tem uma atmosfera gótica, pós-punk, ao mesmo tempo em que anima a dançar. É uma viagem sinestésica de luzes, efeitos sonoros e batida contagiante. O baixo inicial e os efeitos de teclado dão um tom especial, mas ela ainda se desenvolve muito mais e termina com uma melodia fantástica!

4- Quick Escape: outro rock que agrada muito pelo ritmo, linha de baixo, refrão etc. Ela é mais um hit e um marco super positivos para o álbum. A letra cita Queen e Mercury numa clara homenagem. Também explicita o descontentamento com o governo de Donald Trump.

5- Alright: outra canção que traz uma vertente experimental; porém, lenta, intimista, reflexiva até mística, com efeitos que não ouvimos frequentemente numa banda como o Pearl Jam. Traz grandes momentos de paz e meditação.

6- Seven o’Clock: O início lembra muito o PINK FLOYD da fase PULSE. Mas quando começa o vocal, percebemos uma canção nova e que agrega muita qualidade ao álbum. Mais uma vez, a banda critica o governo Trump. Belíssima faixa, deve ser imediatamente considerada um clássico do rock experimental!

7- Never Destination: Mais um rock agitado, ao estilo “Do the evolution”, antigo sucesso do Pearl Jam, mas este tem batida mais rápida. As guitarras são muito bem trabalhadas, como em vários momentos do álbum.

8- Take the Long Way: ótima bateria, frenética e cheia de energia. Esse é um rock que vai agitar muitas festas quando o isolamento social acabar.

9- Buncle Up: uma canção meio parada, mas não muito lenta, com riff e estrutura repetitiva. Soa como se fosse uma canção de ninar revisitada. 

10- Comes Then Goes: executada apenas com voz e violão, tem uma pegada folk que costumava aparecer nas bandas de grunge rock da década de 1990. Ótimos vocais!

11- Retrograde: uma belíssima balada que merece estar nas rádios. Bem ao estilo Pearl Jam, mas com alguns elementos contemporâneos. Ela cresce e termina de forma sublime!

12- River Cross: outra balada, lindíssima, com um tom um pouco experimental. Fecha o disco de forma épica! Musicalidade que deverá ser mencionada por anos no futuro, assim como outras faixas do álbum!

A temática do álbum é reflexiva e intimista às vezes, mas nada depressivo, muito pelo contrário, o álbum anima. Os vídeos que divulgam as músicas trazem muitas imagens da natureza, mostrando que a ecologia é uma preocupação da banda, daí a capa ser uma geleira derretendo. E há muitas críticas explícitas ao governo de Donald Trump. As linhas vermelhas de um monitor cardíaco simbolizam um alerta de que o nosso planeta clama por cuidados.

Capa de Gigaton, 2020.

O álbum é agradável e empolgante, no mínimo! Tendo a acha-lo genial e surpreendente para o contexto em que vivemos. Não sei há quanto tempo eu esperava um lançamento no rock contemporâneo que acrescentasse algo novo e, ao mesmo tempo, soasse como rock clássico. A banda se reinventou no experimentalismo, mas ainda assim soa como o bom e velho Pearl Jam.

É o melhor lançamento que eu ouço em muitos anos! As faixas de rock 1, 2 e 4 eu já as considero como clássicos da banda. São incrivelmente boas! As duas baladas que fecham o disco são absolutamente fantásticas! A faixa 6 [Seven o'Clock] é outra que surpreende demais, tanto pelo som quanto pela letra. A faixa 5 [Alright] também me agrada muito em seu tom contemplativo! E a faixa 3, o que dizer dela? Ela tem que ser a música das discotecas pós-pandemia. Eu que não danço, iria a uma boate para dançar essa música.

O Pearl Jam construiu algumas frases muito bonitas, musical e poeticamente, que se repetem ao final destas canções e se pregam em nossa mente como um mantra:

Em Dance of the Clairvoyants: “Stand back when the spirit comes”.

Em Seven O’Clock: “Much to be done, much to be”.

Em Retrograde: “Hear the sound. Hear The Sound…”.

Em River Cross: “Share the light. Won’t hold us down”

Ou seja, construíram hinos! Não bastassem as estrofes e refrões já marcantes, essas frases finais são um exemplo de como um compositor pode terminar uma canção de modo definitivamente inesquecível!



Recepção e crítica especializada

"Na Billboard 200 dos EUA, Gigaton estreou no número 5."

"O crítico da AllMusic, Stephen Thomas Erlewine, classificou o álbum em 4 de 5 estrelas."

"O escritor da Rolling Stone, Kory Grow, também deu uma crítica positiva ao álbum, classificando-o em 4 de 5 estrelas."

"O roteirista John Paul Bullock também foi positivo em relação ao álbum, escrevendo: 'Gigaton tem um pouco de tudo para todos. É um álbum complexo e dinâmico, cheio de emoção sincera e humor sutil'."

"Mojo, em mais uma crítica positiva, escreveu: 'Forte e solto, político e pessoal, o Pearl Jam consegue o equilíbrio absolutamente certo'."

"O escritor George Garner (Kerrang!) deu ao álbum uma avaliação perfeita e escreveu: 'É o álbum mais furioso do Pearl Jam desde 2006. É o mais musicalmente inventivo desde 1998. E, em virtude de seus temas, é o mais gravemente necessário de toda a sua carreira. É, em suma, um triunfo'."

"Escrevendo para The A.V. Clube, Alex McLevy deu ao álbum a nota B."

"O crítico de som Matt Melis classificou o álbum como B+."

"Steve Lampiris, do The Line of Best Fit, considerou o Gigaton o álbum mais experimental da banda e deu uma pontuação de 8 em 10."


Fonte: Wikipedia, versão em inglês, tradução minha.


Todas as críticas foram positivas. Eu concordo com o comentário de George Garner e, pessoalmente, dou ao álbum 5 de 5 estrelas.

sábado, 13 de junho de 2020

Typical Breakfast


Curiosidade: como é o café da manhã em algumas partes do mundo.


Roma – cornetto e cappuccino.

Paris – croissant e café com leite.

Buenos Aires – medialuna e café com leite.
Também pode ter: facturitas (biscoitos caseiros recheados), tostado (misto-quente no pão de miga) e chá mate (de sachê).

Café com leite, água com gás e medialuna.


Lisboa – torrada com manteiga, pastel de nata (pastel de Belém) e café com leite. 

Brasil (região sudeste) – pão de sal (também chamado de pão francês) com manteiga e café.
Às vezes pão de queijo ou misto-quente. Mais raramente, pastel frito e caldo de cana.

Pastel frito e caldo de cana.

Rússia – pode ser constituindo de alguns destes itens: mingau, pão, panqueca, ovos, queijo, cereais e frutas vermelhas.

Alemanha – pães, ovos, queijos e embutidos (presunto, salsicha etc).

Reino Unido – Em Londres, o famoso full english breakfast é constituído de: ovos fritos, salsichas, feijão, tomate, bacon, pudim preto (um tipo de chouriço redondo) e cogumelos. E chá.

Full english breakfast.


EUA – bacon, ovos fritos e torradas. Ou uma pilha de panquecas (abertas, sem recheio, com calda doce e/ou manteiga). Crianças: cereais em flocos açucarados numa tigela com leite.

Pancakes


Pequimyoutiao = massa frita (pastelaria) e baozi = bolinhos cozidos a vapor (semelhante ao guioza). E chá.

Youtiao

Baozi

Peru – tacu tacu. A massa é uma mistura de arroz e feijão e temperos. Depois ela é frita no óleo. Acompanhamento: banana e ovo.

Tacu tacu


Fotos do Google Imagens.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Inteligência = beleza


Esta postagem de hoje é uma homenagem a todas as mulheres. Contrariando a crença popular de que mulher bonita não é inteligente, eis aqui alguns exemplos famosos e atuais de mulheres brasileiras lindas e muito inteligentes!

Maria Beltrão

Ana Flor

Andréia Sadi

Maju

Natuza Nery

Aline Midlej

Julia Duailibi

Beleza é algo que toda mulher tem, sem exceção, cada uma a seu modo. A beleza feminina é individual, cada uma tem a sua beleza e o seu jeito de ser bela. Isto não está associado a moda ou idade. Toda mulher é naturalmente bela!

Porém, a inteligência é algo que se conquista com muito estudo, muita leitura e sacrifício. Inteligência vem da dedicação, do empenho, do esforço, do comprometimento consigo mesma! Inteligência é uma virtude a ser almejada e aplaudida.

Faço votos de que todas as mulheres se mirem em bons exemplos e rompam com os preconceitos e paradigmas do passado e do presente. E que sejam cada vez mais bem sucedidas profissionalmente, em qualquer carreira; e consequentemente, independentes financeiramente. E brilhem, iluminem o mundo com sua luz própria!


Padrões se rompem,
A moda é passageira.
Charme é inteligência,
Inteligência é a verdadeira beleza.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

The Portuguese Language

Portuguese is a romance language.

As a native language, portuguese is more spoken than:
- French;
- Russian;
- Japanese;

- German;
- Italian.

Portuguese is official language in 9 countries:
- Portugal (Europe);
- Brazil (South America);
- Angola (Africa);
- Mozambique (Africa);
- Cape Verde (Africa);
- São Tomé and Príncipe (Africa);
- Guinea-Bissau (Africa);
- Equatorial Guinea (Africa);
- East Timor (Asia).

In LITERATURE, portuguese is the native language of:
- Luiz Vaz de Camões (Renaissance poet);
- Machado de Assis (writer, 1839 - 1908 );
- Eça de Queiroz (writer, 1845 - 1900);
- Fernando Pessoa (poet, 1888 - 1935);
- Jorge Amado (writer, 1912 - 2001);
- José Saramago (writer, 1922 - 2010);
- Paulo Coelho (pop writer).

In MUSIC, portuguese is the native language of:
- Carmen Miranda (singer/performer);
- Amália Rodrigues (fado singer);
- João Gilberto (bossa nova/Brazilian jazz);
- Tom Jobim (bossa nova/Brazilian jazz);
- Cartola (samba);
- Chico Buarque (MPB/Brazilian Popular Music);
- Milton Nascimento (MPB/Brazilian Popular Music);
- Tim Maia (Brazilian soul music);
- Legião Urbana (post-punk band);
- Sepultura (metal band).

Portuguese is the language of CAPOEIRA (martial art).


Can portuguese and spanish speakers understand each other?
- It depends on how educated in language they are.


quarta-feira, 10 de junho de 2020

Tecendo a manhã


1.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

2.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.


João Cabral de Melo Neto in A educação pela pedra (1966).

João Cabral de Melo foi um diplomata e poeta pernambucano. Como um exemplo de sua obra modernista, temos o poema acima, que, neste caso, não apresenta métrica [número fixo de sílabas poéticas] nem rimas externas.

Apesar de não se concentrar em formas fixas tradicionais [como sonetos, odes etc] esses versos trazem outras figuras sonoras; como a repetição de certas palavras, sílabas e fonemas.

Neste poema, o autor usa os cantos dos galos como metáfora de união, no mesmo sentido do ditado popular “uma andorinha só não faz verão”.

Assim como o ditado coloca a vinda as andorinhas como causa do verão, e não como sua consequência, João Cabral colocou os cantos dos galos como causa do amanhecer, embora saibamos haver uma inversão entre causa e consequência. Na realidade, o galo canta porque amanhece, e não o oposto.

Com esse efeito, o poeta pretende enfatizar a união como um bem, uma força, uma virtude.

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele [lançou]
e o lance a outro [...]

E assim, sucessivamente, um galo lança seu canto a outro galo e eles vão tecendo o amanhã. O poeta usa o verbo tecer, porque ele compara os cantos dos galos a “fios de sol” (verso 8), e assim, materializando esses cantos em uma imagem: os cantos dos galos como fios do amanhecer.

 [...] se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo [...]

O conjunto de cantos forma um conjunto de fios que tece o céu matutino, que o poeta compara a teia, tela, tenda e toldo. Aqui há uma gradação crescente, isto é, uma figura de linguagem que mostra um processo crescente; do fio à teia, da teia à tela, da tela à tenda, da tenda ao toldo.

[...] a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo (1ª estrofe, linhas 9 e 10)

E na segunda estrofe, linhas de 1 a 4:

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã)

Finalmente se tem o toldo, isto é, o céu matutino comparado a um longo tecido acima de uma superfície, acima de todos. Nesses versos, o João Cabral faz um jogo fonético entre as palavras “todos” e “toldo”. E além da aproximação semântica que o poeta criou entre as palavras “teia”, “tela”, “tenda”, “toldo”; também há semelhança fonética entre elas: teia, tela, tenda toldo.

Ainda no mesmo trecho, há uma palavra criada pelo autor: "entretendendo", gerúndio do verbo "entretender". Antes desse neologismo aparecer, a estrofe trouxe as palavras "entre" (preposição) e "entrem" (verbo). Então, morfologicamente, o neologismo seguiu essa tendência formal. Já no campo semântico, ele pode ter o significado de entreter + tender.

Nos versos seguintes, há um jogo semântico entre 1-tecido [substantivo masc.] e 2-tecido [verbo no particípio passado]:

A manhã, toldo de um tecido¹ tão aéreo
que, tecido², se eleva por si: luz balão.

No último verso, o autor define esse toldo como “luz balão”. Isto é uma figura imagética, algo que estimule a imaginação do leitor sobre esse tecido aéreo em movimento, se elevando como um balão.