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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Nise da Silveira nas telas de cinema

O filme "Nise: o coração da loucura" estreia nesta quinta, dia 21 de abril. A produção — estrelada por Glória Pires e dirigida por Roberto Berliner — ganhou o festival de cinema de Tóquio, no Japão.

Nise da Silveira foi pioneira da Psicologia Analítica no Brasil, mantendo correspondências com Carl Jung. 

Ela obteve reconhecimento internacional por suas ideias humanistas no tratamento de doentes mentais. 

Na década de 1930 foi detida pela posse de livros marxistas. Tendo convivido com Graciliano Ramos na prisão, tornou-se personagem de sua obra literária "Memórias do Cárcere".


Nise inovou ao estimular em seus pacientes a pintura de telas e o contato com animais como técnicas coterapêuticas de reabilitação.

Uma das obras publicadas por Nise.





















Cartaz do filme

domingo, 18 de janeiro de 2015

A escopofilia literária



A cena literária voyeurística por excelência é aquela descrita por Heródoto [...] na qual a rainha é observada pelo favorito do rei que por sua vez espia o favorito que espia a rainha. Com isso nos deparamos com uma situação voyeurística ao cubo [...].
O voyerismo, ou se preferirem, a escopofilia, é um componente importante da literatura e da narrativa, como, ainda de modo mais óbvio, no cinema e na fotografia. Deste modo o artista não se faz somente espectador de algo em segredo, íntimo, escondido, proibido, mas também, em certo sentido, cúmplice de um processo de conhecimento que podemos definir como subversivo. O projeto consiste em exprimir aquilo que a sociedade normalmente reprime, assumindo na área da representação aquilo que por hipocrisia, medo ou ignorância sempre é excluído e que constitui uma parte imensa da vida real, isto é: o sexo na sua extrema e indefesa nudez, no seu momento existencial, carnal, corporal, como mostra claramente o poema de Mallarmé “Une négresse par le démon secouée”.

(Tinto Brass, Vincenzo Maria, 1994, in “L’uomo che guarda”, tradução nossa).



O romance de Vladimir Nabokov adaptado para o cinema por Stanley Kubrick mostra que às vezes a escopofilia pode não se bastar em si, mas ser o primeiro ato de um drama mais profundo.

“Rear Window” de Alfred Hitchcock manifesta uma escopofilia que não está necessariamente conectada à libido, aparentemente contradizendo Freud, mas não necessariamente.

Em suma, a ação de espreitar pela janela, fechadura ou câmeras ocultas apenas divergem no grau de subversão do espectador, mas em nada diferem do ato de assistir a um filme, ouvir um rumor, ler, ver ou ainda tentar, mesmo que na imaginação mais íntima, acessar um tabu interditado. O grau de subversão é determinado pelo nível de comprometimento do espectador com a moral que lhe fora ensinada e internalizada, ou imposta. Ainda assim, esse empenho é desafiado e algumas vezes destronado, mesmo que temporariamente, pela veleidade ou simples anseio, isto é, a curiosidade comum a mamíferos e mais ainda aos primatas. Todavia, o gênero homo é o único que sofre por isso.

Daí vem a importância literária e filosófica do tema, não apenas por ser um traço comportamental da espécie, mas por trazer à discussão questões existenciais que podem ser relevantes para o estudo das artes e da psiquê.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Música + Cinema: produções para ver e rever



Dicas de filmes que tratam da música e tudo o que o seu universo envolve.



Amadeus (Amadeus, 1984) – Adaptado de uma peça teatral, este filme foi vencedor de 8 (merecidos) Oscars, incluindo o de melhor filme. A vida do compositor classicista Wolfgang Amadeus Mozart é contada na ótica de seu rival Antonio Salieri (F. Murray Abraham numa atuação emocionante!). Há muitas coisas para se destacar nesta obra-prima, mas escolho a cena em que o réquiem de Mozart é composto, na qual o espectador ouve instrumento a instrumento, como se estivesse dentro da cabeça do compositor. Mas não poderia deixar de mencionar também a cena em que Salieri descreve de forma arrebatadora a música que lê nas partituras de seu rival. O texto é belíssimo, enquanto a trama envolve questionamentos sobre a fé e sentimentos como a inveja e a ambição. Nesta produção a música parece reger o filme, e não o oposto como é de costume. Desde o seu início, som e imagem prendem o fôlego do espectador. A direção é de Milos Forman.



Quase Famosos (Almoust Famous, 2000) – No início da década de 70 tá rolando tudo! – como diria a personagem Penny Lane. O enredo semiautobiográfico escrito e dirigido por Cameron Crowe gira em torno de um jovem de 15 anos que tem a chance de excursionar com uma banda de rock, fazendo a cobertura da turnê para a revista Rolling Stone, publicação especializada em crítica musical. A banda em questão é Stillwater, um grupo fictício com repertório criado especialmente para o filme. O roteiro é leve, adorável, divertido e empolgante. Ao assistir a esta história, não estranhe se você se sentir nostálgico de uma época em que a música era mais apaixonante do que é hoje e o mercado fonográfico era mais inocente, antes de ele arruinar o rock and roll e tudo o que amamos nele. É um filme sobre viagens, festas, ilusões e pessoas tentando não dizer adeus. A trilha sonora também inclui canções de Led Zeppelin, Yes, Simon & Garfunkel, Deep Purple, Black Sabbath, Jimi Hendrix, Elton John, entre outras.



Hair (Hair, 1979) – Musical adaptado da Broadway para o cinema, conta de modo bem humorado sobre o modo hippie de viver. Tudo começa quando um jovem do interior vai à Nova York para se alistar no exército, mas no caminho depara-se com um grupo de hippies. Desse encontro surge paixão, amizade e aventuras que conduzem a trama a um final inesperado. As canções abordam temas como sexo, uso drogas, misticismo e, é claro, a Guerra do Vietnã. A cena em que Berger dança sobre a mesa é impagável! Esta e muitas outras cenas, além da trilha sonora e de um ótimo roteiro, fazem desta produção uma obra para ser vista e revista. Direção de Milos Forman.



 The Doors (The Doors, 1991) – Apesar das críticas de Ray Manzarek (tecladista dos Doors) sobre o roteiro ter exagerado ao mostrar um Jim Morrison sempre bêbado, o filme de Oliver Stone vale a pena pela trilha sonora e atuação impecável de Val Kilmer no papel do poeta do rock. Data máxima venia, o exagero torna-se justificado pela fama lendária que cerca de forma quase indissociável a breve carreira de Jim Morrison. Se o diretor focou demais nas extravagâncias do cantor é porque elas ajudaram a fazer dele uma lenda do rock e se não fosse por essa excentricidade o filme não despertaria tanto interesse. Mas fica a dica: é um filme baseado em fatos reais, mas não é um documentário, portanto, não devemos encará-lo como sendo uma biografia do ídolo. Em resumo, o filme é válido na sua intenção e sublime na sua arte. O casamento entre músicas e cenas é de um primor raro, superando em muito os videoclipes da MTV.



 Backbeat – Os 5 rapazes de Liverpool (Backbeat, 1994) – Filme baseado na história dos Beatles antes de alcançarem fama, ainda na época em que começaram a tocar em casas noturnas da Alemanha. O enredo tem a banda como pano de fundo, mas prefere focar na curiosa história do artista plástico Stuart Sutcliffe, que por um breve período tocou com os Beatles. A amizade entre Stuart e John Lennon, a paixão de ambos pela fotógrafa Astrid Kirchherr, as brigas, sonhos e dilemas são mostrados como o gatilho para o que viria a ser o fenômeno Beatles. Mas não espere ouvir canções de Lennon-McCartney aqui. A trilha sonora é composta de canções de Chuck Berry e outros dessa geração que inspirou os Beatles e sempre fez parte de seu repertório de covers. A produção é pequena, mas cumpre bem o seu papel. O filme cria uma atmosfera em torno da pintura abstrata, da poesia simbolista francesa, da fotografia artística, casando tudo isso com rock and roll. Neste casamento, acertou em cheio!


Bônus: não poderia deixar de fora estas produções nacionais...


Cazuza – O tempo não para – Uma história chocante contada por uma poesia inspiradora. A narração do Cazuza-personagem explicando suas motivações em cada ato é o maior acerto desta produção. A cena de Cazuza no mar, com música de Lobão: “Vida louca, Vida breve, Já que eu não posso te levar, Quero que você me leve” é a entrega final, a aceitação do irremediável destino.


Somos tão jovens – Thiago Mendonça interpreta Renato Russo para contar nesta produção a história do nascimento do punk-rock de Brasília. A trama se concentra no Aborto Elétrico, mencionando a Plebe Rude e o Capital Inicial, até que a Legião Urbana se forme e faça a sua grande estreia.  A cena em que tocam “Ainda é Cedo” se destaca como a mais cativante do filme.

Gonzaga de pai pra filho – Excelente produção nacional sobre a vida de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Gonzaguinha: dois entre os maiores nomes da música popular brasileira. Atuações emocionantes, direção impecável e trilha sonora perfeita!


Outros que considero muito bons e recomendo:

- La Bamba (La Bamba, 1987) sobre o astro do rock Ritchie Vallens.
- A Fera do rock (Great balls of fire, 1987) sobre o pianista Jerry Lee Lewis.
- The Commitments – Loucos pela fama (The Commitments, 1991) sobre uma banda fictícia que tenta reviver as emoções da soul music na Irlanda.
- Minha amada imortal (Immortal Beloved, 1994) sobre Ludwig Van Beethoven.
- Dois filhos de Francisco, produção nacional sobre a infância e início do sucesso de Zezé Di Camargo. 
 

sábado, 25 de maio de 2013

“Eu não gosto de poesia”.

Quantas vezes já ouvimos alguém proferir a frase: “Eu não gosto de poesia” ou “Eu não gosto de literatura”. A estas pessoas, eu fraternalmente dedico esta postagem.

Já comentei sobre a necessidade inata da arte. O fato de haver pinturas pré-históricas em cavernas mostra que a necessidade do homem em se expressar é mais antiga que a preocupação em construir casas. Ou seja, a pintura é mais antiga que a engenharia civil. De fato, a pintura é mais antiga até que a matemática, a medicina e o direito.

Também já comentei que arte é a palavra que designa habilidade, técnica (techne, em grego), ou seja, a capacidade que o homem tem de criar algo artificial, algo que imite (mimesis, em grego) a natureza. Nesta definição, toda a ação humana para modificar o mundo natural seria classificada como arte. E o que é poesia? Assim como a física (physis) estuda os fenômenos naturais, a poesia (do grego: póiesis = fabricação) estuda as ações fabricadas pelos homens. A alquimia tradicional seria uma das formas de unir a physis e a póiesis. A antiga filosofia (philosophia = amor à sabedoria) era a metodologia de organização do pensamento e também a união de toda ciência (sabedoria) fabricada até então: matemática, química, retórica, política, medicina etc. Tales de Mileto, Pitágoras, Demócrito, Sócrates e Hipócrates são alguns filósofos cujos trabalhos ilustram isso.

E onde entra a literatura? Como arte da escrita (do latim: littera = letra), abarcaria toda a técnica (techne) da argumentação (retórica para os gregos, oratória para os romanos) e a estética da produção textual escrita e oral. Os estudos literários englobam a palavra em todas as suas formas e gêneros:
Lírica – a palavra cantada, a partir das emoções do eu subjetivo;
Narrativa – a palavra narrada/falada, a partir das percepções do narrador;
Dramática – a palavra encenada/representada, a partir das percepções de várias personagens (personalidades) simultaneamente.
Ou seja, a literatura desde a sua concepção esteve intrinsecamente ligada às outras artes: a música (na lírica), o teatro (no drama) e mais atualmente o cinema (haja vista a variedade de novelas, romances, histórias épicas e peças dramáticas adaptadas para a tela). Não obstante, é no roteiro original que o cinema se apresenta como novidade, criando um novo texto e um novo gênero literário.

O cinema é a fotografia em movimento e também a palavra apresentada a partir do foco da câmera (esta funcionando como o narrador). É por excelência a arte (techne) do século XX e a fusão de várias artes, dentre elas: a pintura (iluminação, maquiagem, efeitos especiais e pós-produção), a literatura (o roteiro, a trama), o teatro (a representação dos atores) e a música (a trilha sonora como parte importante da narrativa dramática, análoga ao coro dos teatros gregos). Se há ainda alguma dúvida de que o cinema é um gênero a ser contemplado pelos estudos literários, basta lembrar que alguns dos fundadores da semiologia/semiótica (hoje muito usada para analisar o cinema) eram críticos literários (exemplo: Roland Barthes e Umberto Ecco).

Tendo explanado os fatos acima, retomo a questão inicial desta postagem. Como eu diria hoje a alguém que ela gosta (e necessita) da poesia/arte/literatura em sua vida, mesmo que ela não conheça o real significado desses conceitos? Primeiro eu evitaria adentrar em definições teóricas (como fiz acima) e então montaria o seguinte questionário (como fiz abaixo) com comentários feitos a cada resposta obtida:

Você gosta de filmes/música?
Se sim, então você gosta de poesia/arte/literatura.

Você imagina a sua vida sem filme/música?
Se não, logo, mesmo que você não entenda a razão, você sente a importância e a necessidade da poesia/arte/literatura em sua vida.

Esses filmes e músicas a emocionam? Eles lhe fazem rir ou chorar?
Se sim, sua relação com poesia/arte/literatura é muito forte, sensível, pessoal, consequentemente demonstra que essa necessidade é inata.

Os filmes e músicas de que você gosta lhe acrescentam reflexões?
Se sim, você tem alguma consciência de que a arte não é apenas entretenimento, de que ela é, portanto, uma reflexão importante sobre o mundo, a natureza das coisas, o ser humano, a sociedade e a vida.

Conclusão:
Se você gosta de filmes e músicas tanto quanto me diz, você ama a arte, mas não aprendeu a ter gosto pela leitura e pelo estudo dela. O estudioso de Letras especialista em estudos literários aprende a analisar criticamente as ideologias por trás de cada texto, deixando de ser uma vítima inconsciente do conhecimento e passando a ser um produtor consciente, da mesma forma que o artista deixa de ser uma vítima da sociedade e passa a ser um formador de opinião.

Feito isso, tenho por finalizado o questionário e a argumentação, comprovando meu ponto de vista e convencendo o meu interlocutor da necessidade inata e importância imperativa das artes. Retomo a partir de agora a reflexão teórica juntamente com os leitores deste blog, e ao fazê-lo, resgato uma postagem anterior para afirmar o seguinte: Não há comunicação possível sem catacrese, metáfora e outras figuras de linguagem. Você, estudante de Letras, pode analisar qualquer texto oral ou escrito e notar que todos eles fazem uso dessas ferramentas linguísticas e que não seria possível haver a comunicação de ideias sem essas ferramentas. Este fato é outro indicativo da importância imprescindível dos estudos literários e linguísticos.


Filosofia e literatura (ou vice-versa)

Isto daria pano para uma outra postagem (das longas), mas não sei se farei. Por um lado, acho óbvio demais dizer o que vou dizer, por outro, acho inútil argumentar com quem ainda insiste numa separação radical entre essas duas disciplinas, portanto, vou diretamente à apresentação dos fatos em três pontos de vista diferentes.

1- Filosofia e literatura são basicamente a mesma coisa
A filosofia é a reunião de vários saberes, a literatura também. A filosofia é o amor pelo conhecimento e este é produzido pela arte da escrita, a literatura, consequentemente, uma coisa não existe sem a outra. Alguns filósofos (como Jacques Derrida) diziam que a filosofia pode ser lida como literatura e que esta pode ser lida como filosofia.  Portanto, a separação entre essas duas disciplinas seria meramente didática. Ou ainda, a separação seria forçosa e sem critérios, porque não há.

2- Literatura é um ramo da filosofia
A filosofia foi pioneira na produção da matemática, das ciências naturais, da lógica, da história, da política e também a arte da argumentação. A literatura seria a parte da filosofia que se ocupa do discurso verbal, ou seja, de todas as ciências mencionadas acima, exceto a matemática e as ciências naturais (apesar de poder também reportar-se a elas, e isso ocorre frequentemente). 

Poema de E. M. de Melo e Castro

















Assim sendo, quando Platão estudava os números pitagóricos, ele estava fazendo matemática, quando Platão escrevia diálogos, ele estava fazendo literatura. Em ambos os casos, ele era um filósofo.

3- Filosofia é um ramo da literatura
Jorge Luís Borges e vários outros diziam sarcasticamente que a filosofia seria um ramo da literatura fantástica.

Conclusão:
Particularmente, acredito nos três pontos de vista. Também acredito na separação entre filosofia e literatura, mas vejo isto como uma idealização do Romantismo, algo muito atual se considerarmos toda a história. No meu entendimento, a filosofia muitas vezes se apresenta como uma teoria, enquanto a literatura como uma alegoria. Isto é, a filosofia idealiza as práticas sociais, a literatura mostra essas práticas. Mas não há uma regra, tanto a literatura como a filosofia podem fazer os dois e ambas podem recorrer à ficção, haja vista os inúmeros exemplos de literatura verídica e filosofia fictícia, contradizendo o senso-comum. Vejo o gênero textual como a única diferenciação objetiva entre filosofia e literatura. A literatura como concebida hoje se manifesta em vários gêneros: dissertação, lírica, narrativa e drama (e sempre há uma mescla entre esses gêneros). A filosofia como concebida hoje se apresenta como uma dissertação.

Com isso, finalizo a postagem esperando ter sido claro em minha reflexão e desejando que o leitor ao analisá-las faça-o com cuidado.

Por fim, deixo os seguintes pensamentos (o terceiro é de minha autoria).

Jacques Lacan pronunciou a seguinte frase:
“O artista precede o psicanalista”.

– Com isso, o psicanalista queria dizer que a Arte (principalmente a literatura) já tinha antevisto muitas das descobertas que a psicanálise faria mais tarde como ciência.

Bertolt Brecht já disse que:
“Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore, com mais razão não morre o educador, que semeia vida e escreve na alma”.

“O conhecimento provém, em parte, da experiência direta, empírica e real. Também é formado em parte pela linguagem, isto é, a criação de rótulos para analisar, traduzir e descrever o universo. A sabedoria (se é possível alcançá-la) é a união crítica e metódica dessas partes”.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Cinema com tema: globalização e mercado de trabalho


Quatro ótimos filmes que refletem sobre os problemas do mundo atual.


Casamento à indiana (Monsoon Wedding, 2001)
Mostra a contradição entre as tradições da Índia e o mundo globalizado. Como essas tradições podem resistir aos novos tempos? Um filme sobre valores familiares, como o amor e o perdão, contrapondo-se ao dinheiro e ao avanço do capitalismo.



Os Edukadores (Die Fetten Jahre sind vorbei, 2004)
No mundo pós-moderno, sem heróis e sem bandeiras, jovens tentam recuperar o espírito revolucionário de épocas passadas, porém, a moral deles não lhes permite cometer as atrocidades daqueles revolucionários mortos. A criatividade é a única arma de que eles querem dispor para mandar sua mensagem, porém, os riscos parecem ser os mesmos. O argumento do filme é uma metáfora sobre a dívida de países pobres com países ricos, dívida esta que permite os ricos exercerem uma economia plena, baseada na exploração do mais fraco.



O que você faria? (El Método, 2005)
Baseado na peça teatral “El Método Grönholm”. A narrativa apresenta-nos um processo seletivo cruel para uma vaga de emprego. Os candidatos submetem-se à humilhação, em provas que beiram o ataque pessoal e a disputa por um emprego. Uma alegoria sobre o mercado de trabalho globalizado.



O Corte (Le Couperet, 2005)
O filme traz muitas reflexões sobre a loucura do mercado de trabalho do mundo contemporâneo. O desemprego leva um pai de família ao desespero e à beira da insanidade. Para resgatar sua antiga vida ele é capaz de tudo, mas será que seus fins justificam os meios?