Esta postagem é um alerta que faço a partir do que tenho observado ao corrigir vários trabalhos acadêmicos.
Um dos erros mais comuns é copiar textos de terceiros, o que configura plágio. Além de ser crime, o plágio é justificativa para anulação da nota. Falando mais claramente, plágio comprovado é nota zero no trabalho. E, infelizmente, o plágio se tornou cada vez mais comum com a popularização da internet. Contudo, para nós professores, o plágio ficou mais fácil de ser descoberto nos tempos atuais, graças também à internet e a alguns aplicativos que identificam e comprovam o plágio.
Alguns trabalhos que corrijo trazem apenas textos de terceiros e, ao final, uma lista de livros e sites. Isso não é fazer referência, isso é cópia. Copiar textos de terceiros e listar as fontes ao final do trabalho não é fazer um trabalho acadêmico.
Importante: O trabalho acadêmico deve ser uma redação de autoria da pessoa que assina o trabalho, não uma cópia de outros textos. Você pode, eventualmente e de acordo com a necessidade, usar textos de terceiros, mas sempre e unicamente em forma de citação.
O que é citar?
É quando, ao escrever o seu texto, você usa a fala de outro autor no meio da sua fala, em razão da necessidade que você tem de mencionar uma informação técnica que foge da sua alçada. Então, você precisa de um especialista como fonte para validar seu argumento.
Ao usar a fala de outro autor, você sempre deve mencionar o nome dele, o ano da publicação e página, isso logo após a fala desse autor.
O que é citação direta?
É usar a fala de outro autor, sem alterar qualquer palavra dele. Ao fazer isso, mencione esse autor para não configurar plágio.
Mas a fala de outro autor não pode vir misturada ao seu texto, dando a entender que é sua fala. Essa fala deve vir separada, destacada, para que na leitura não se confunda o texto que é de sua autoria com o texto que você usa como referência.
Observe abaixo as formas 1 e 2 de como separar/ destacar a fala de outro autor em seu texto.
1- Se a fala dele tem até quatro linhas, ela deve vir entre aspas. O nome do autor, o ano da publicação e página devem vir entre parênteses logo após fechar aspas.
Exemplo:
Bagno afirma que “temos de fazer um grande esforço para não incorrer no erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a língua como uma coisa morta, sem levar em consideração as pessoas vivas que a falam” (BAGNO, 1999, p. 9). Em outras palavras, devemos considerar que a língua é um organismo vivo, mutante, variável.2- Se a fala dele tem mais de quatro linhas, ela deve vir escrita em tamanho menor [10] e recuada à direita. O nome do autor, o ano da publicação e página devem vir entre parênteses logo ao fim da citação.
Exemplo:
Além disso, os PCNs destacam a contextualização das atividades escolares. Em outras palavras, elas devem simular situações reais do cotidiano do aluno a fim de prepará-lo para a comunicação em qualquer conjuntura de sua vida, seja como indivíduo ou como membro da sociedade. Sendo assim:
Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realização de apresentações públicas: realização de entrevistas, debates, seminários, apresentações teatrais etc. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato. (BRASIL, 1998, p. 25)
Obs: Repare que o primeiro parágrafo é do autor desse trabalho [escrito em tamanho 12, padrão acadêmico] e a citação está destacada do texto dele [em tamanho 10 e recuada à direita].
O que é citação indireta?
É usar a ideia de outro autor, porém, com suas próprias palavras. Isso se faz às vezes porque você não tem em mãos o livro [referência] no momento em que você está redigindo.
Ao fazer citação indireta, mencione o nome do autor e/ou a obra de origem, indicando que aquele pensamento é de propriedade intelectual de terceiro, para não configurar plágio.
Exemplo:
De acordo com Marcos Bagno em seu livro "Preconceito Linguístico", nós temos de fazer um grande esforço para não cair no erro dos gramáticos tradicionais que estudam a língua como uma coisa morta, sem levar em consideração os falantes.
Obs: Compare agora os exemplos acima de citação direta e citação indireta.
O que são referências (bibliográficas)?
São as fontes de pesquisa. Elas compõem o seu embasamento teórico.
Elas devem vir listadas em ordem alfabética ao final de cada trabalho acadêmico. As referências bibliográficas referem-se a livros [biblos]. Por isso, ao usar sites da internet, faz mais sentido chamar apenas de "Referências".
Exemplo:
Bibliografia
ANJOS,
Augusto dos. Poesias de Augusto dos
Anjos – Eu e Outras Poesias. 14 ed. São Paulo: Editora Letras & Letras, 2003.
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 47 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
CHAUI, Marilena. Convite à
Filosofia. 13 ed. São
Paulo: Editora Ática, 2003.
ÚLTIMO SOBRENOME, nome. Título da obra em negrito: subtítulo se houver. nº da edição. Local de Publicação: Editora, ano.
É pelo sobrenome do autor e ano de publicação que o leitor identifica o livro de onde foi tirada uma citação. Quando vejo BAGNO e o ano 1999 após uma citação, sei que essa citação foi tirada do livro Preconceito Linguístico, listado nas referências bibliográficas ao final do trabalho.
Obs: Se o livro consultado é uma versão traduzida, o nome do tradutor é tão importante quanto o nome do autor, por isso o tradutor deve constar na referência com a abreviação Trad.
Exemplo:
BARTHES, Roland. O Grau Zero da Escrita. Trad. Mario Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
É claro que as explicações que faço aqui são um resumo de normas gerais. Há muito a ser dito sobre esse assunto. Por isso recomendo que, ao fazer um trabalho acadêmico, consulte um manual de normas técnicas.
Com este resumo eu quero deixar aqui o alerta, chamando atenção para a importância desse assunto.
Dica: Sempre prefira os livros a sites. A leitura de livros é imprescindível a qualquer um, especialmente na formação acadêmica.
Vídeo com dicas importantes de formatação acadêmica:
Infelizmente, são poucos os que pensam e formulam uma simples sentença. E muitas vezes nem escondem o "ctrl c ctrl v" ,simplesmente subestimam a inteligência do leitor/professor.
ResponderExcluirÓtimas dicas!
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