A série da Netflix Profecia do Inferno traz uma crítica muito profunda e complexa a vários aspectos da religião e de seu uso pelo homem.
A trama nos mostra:
Uma seita = a Nova Verdade, que usa o medo do inferno como forma de controlar as pessoas e assim obter poder. Na segunda metade da série de 6 capítulos, essa seita se transforma na maior religião do mundo.
Uma bíblia = o site/aplicativo dessa seita, usado como manual de consulta sobre o que é pecado e qual é a "vontade de Deus" [segundo as palavras de alguns homens].
Um grupo extremista/terrorista = Arrowheads, com um influencer digital e seguidores infiltrados nos mais diversos ramos, tendo o objetivo de propagar a fé e eliminar do mundo os pecadores.
Cartaz da série sul-coreana |
Outra reflexão que a série traz é o conflito entre a autonomia de tomar decisões (livre-arbítrio) e uma sociedade teocrática que vigia e tenta controlar cada indivíduo e suas ações. Nessa sociedade fictícia, várias pessoas deixam de "pecar" e de cometer crimes, por medo do inferno. Mas aquelas organizações religiosas mentem, cometem crimes e ações violentas para manter o poder e combater o pecado. A utopia de mundo sonhada pelo primeiro presidente da Nova Verdade se comprovou um fracasso total.
E isso nos alerta para o fato de que, mesmo com boa intenção, a mentira não deve prevalecer sobre a verdade; da mesma forma que, mesmo havendo algumas escolhas ruins, uma ditadura não é melhor que a liberdade de viver e escolher por si só.
Em última análise, esta obra sul-coreana é uma crítica ao sistema político de sua vizinha, a Coreia do Norte, que em nome de um bem maior, restringe as liberdades individuais.
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