Principais escolas do pensamento filosófico e teológico no oriente antigo.
Na Índia
As escolas de pensamento na Índia são chamadas darshanas (literalmente, visões). Há dez escolas
principais, seis delas são classificadas como astika e quatro como nastika.
Escolas “ortodoxas” ou astika (aceitam os Vedas)
- Sankhya: forte dualismo
teórico entre mente e matéria.
- Raja Yoga: enfatiza a
meditação
- Nyaya (ou lógicas)
- Vaisheshika: escola
empírica e “atomista” (fundada no séc VI ou no II. a.C.)
- Mimamsa: escola anti-ascética
(recusa a mortificação dos sentidos) e anti-mística
- Vedanta: opõe o ritualismo
védico em favor do misticismo
Escolas “heterodoxas” ou nastika (não aceitam os
Vedas como supremo):
- Budismo: fundada por
Sidharta Gautama, o buda original. O budismo expandiu-se da Índia à China,
Coréia, Japão, Tailândia e demais países asiáticos. Na China, há mosteiros
como o Shaolin.
- Jainismo: ensina a
não-violência. Um de seus principais símbolos é a suástica.
- Cārvāka: enfoque no materialismo
ateu.
- Sikhismo: religião monoteísta fundada no
século XVI por Guru Nanak Dev, no Punjab (região entre Paquistão e Índia).
Mistura elementos do hinduísmo e do sufismo. Possui uma arte marcial
própria, chamada Gatka.
Na China
O período “Cem Escolas de Pensamento” (que cronologicamente
coincide com a época dos primeiros filósofos gregos) é o período de ouro do
pensamento chinês. A primeira parte desse período é chamada “Período da
Primavera e do Outono” e a última parte é chamada “Período dos Reinos
Combatentes”. Algumas escolas são:
- Confucionismo: escola fundada por Kong-Fu-Tzu (Confucious,
em latim).
Os livros fundamentais do Confucionismo são os “Cinco
Clássicos”, dentre os quais se inclui o I-Ching.
- Taoísmo: fundada por Lao Tze, legendário autor do Tao Te
Ching.
Outro taoísta importante foi Chuang Tzu (séc IV a.C.), conhecido pelo seu
“sonho no qual era uma borboleta”.
- Legalismo: escola pragmática. Filosofia política que
sustenta o poder da lei. Teoria da jurisprudência. Teve entre seus mais
notáveis seguidores Han Fei (280–233
a.C).
- Moísmo: ensina o amor mútuo e universal. Escola fundada
por Mozi (470 a
391 a.C).
- Lógicos ou Escola dos Nomes: trabalha com a lógica, os
paradoxos e os nomes. Seus principais representantes são Hui Shi (séc IV a.C.) e
Gongsun Long (325 – 250 a.C.)
cujo texto “Quando um cavalo branco não é um cavalo” escrito em forma de
diálogo é bem famoso.
- Neo-confucionismo: fundada por Zhu Xi (1130 – 1200) muito
depois do tempo de Confúcio
Alguns pensadores chineses notáveis:
- Wang Fuzhi (1619 – 1692) foi seguidor de Confucious.
Apesar de ter vivido durante o período do Neo-confucionismo, Wang Fuzhi não
aderiu à corrente por achar que ela deturpava o pensamento original de
Confucious. Wang Fuzhi ensina que apenas o Qi
existe, enquanto Li não existe
independentemente, sendo Li simplesmente
o princípio do Qi
- Wang Yangming (1472 – 1529) formulou o pensamento que se
tornou o mais proeminente do xinxue (estado da mente). Ensinava que os objetos
não existem inteiramente separados da mente porque é a mente que os forma. Não
é o mundo que dá forma à mente, mas é a mente que dá razão ao mundo. O
conhecimento, para Wang Yangming, é inato, entretanto, ele entendia o
conhecimento como ação. Conhecimento é ação, dizia ele.
- Linji (séc IX)
foi um professor cujos ensinamentos formaram a essência do que se tornaria a
maior escola budista chinesa, a escola Linji, a qual deu origem à sua versão
japonesa, a escola Rinzai.
Outras escolas importantes no oriente:
No Japão: Zen é uma
tradição de meditação com origens no budismo chinês do ramo Mahayana (em sânscrito, Grande Veículo).
As escolas zen japonesas são Rinzai, Soto e Obaku. A prática básica do
zen na versão japonesa e monástica é o Zazen, tipo de meditação contemplativa que visa levar o praticante à experiência
direta da realidade. A escola Soto
enfatiza a meditação silenciosa, enquanto a Rinzai
(inspirada na Linji chinesa) enfatiza o uso de koans. Há também, é claro, escolas filosóficas com enfoque em
outras áreas de conhecimento e não só na meditação.
Na Pérsia/ atual Irã
Filosofias pré-islâmicas:
- Zoroastrismo: fundada por Zoroastro (ou Zaratustra) no
séc. VII a.C. Pregava o monoteísmo.
- Maniqueísmo: fundada por Mani no séc. III
- Mazdakismo: fundada por Mazdak no séc. VI. É uma espécie
de “comunismo” antigo
Filosofias pós-islâmicas:
- Avicenismo: fundada pelo médico persa Avicena (980 – 1037)
- Sufi (misticismo islâmico)
Obs: Partes da República de
Platão, como o Mito de Er, podem ter sido inspiradas diretamente no
Zoroastrismo.
Filosofia árabe (Península Arábica)
Islamismo: religião monoteíta fundada por Maomé no séc VI na
Arábia Saudita
Escolas teológicas:
- Kalam
- Falsafa
Outras escolas:
- Avicenismo: fundada pelo médico persa Avicena.
- Averroismo: fundada pelo sábio muçulmano Averróis (Córdoba, Al-Ándalus, 1126 – Marrakech, 10
de dezembro de 1198). Averróis foi um polímata, se destacando em
diversas áreas tais como a filosofia, a medicina, a astrologia, o direito
canônico muçulmano etc.
- Iluminacionista (fundada por Shahab al-Din Suhrawardi, séc
XII)
- Teosofia Transcedental (fundada por Mulla Sadra, séc
XVII).
Obs: Há também escolas que se empenham nos campos da Lógica,
Filosofia da História e Sociologia.
Entre
os hebreus: o pensamento judaico produziu muitas obras,
logo, suas escolas e autores são diversos. Existe, por exemplo, a Cabala que é
uma tradição de pensamento sobre aspectos místicos do judaísmo. O judaísmo
também é o alicerce original do cristianismo.