quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

As primeiras línguas escritas do mundo

Esta postagem vai abordar as línguas escritas mais antigas do mundo: o acádio e o egípcio. Também a importância do alfabeto fenício. E vai desfazer alguns mitos que a ciência atual traz à luz do conhecimento.


O Crescente Fértil



Línguas faladas na Mesopotâmia [atual Iraque]:

Sumério - língua de família isolada;

Acádio - língua da família semítica, falada pelos assírios e babilônios;

Aramaico - da família semítica, a língua oficial dos assírios;


O livro mais antigo do mundo foi escrito em língua acádia, chama-se Epopeia de Gilgamesh, narrativa baseada num mito sumério sobre um rei que governa após um dilúvio. Mais tarde, seria a inspiração para o mito hebraico da arca de Noé.

 

Línguas faladas em outras partes do Oriente Médio [Levante e Península Arábica]:

Fenício - língua semítica, falada na Fenícia (onde hoje é o Líbano);

Hebraico - língua semítica, falada pelos hebreus;

Árabe - língua semítica, falada pelos árabes e outros povos.

 

Aos fenícios é atribuída a invenção do alfabeto que, mais tarde, inspirou a escrita grega [língua da família indo-europeia].

Obs: além do grego, a família indo-europeia inclui o sânscrito, que deu origem a uma grande parte das línguas da Índia; o persa, que deu origem às línguas faladas hoje no Irã e Afeganistão; o latim e as línguas derivadas dele; e também as línguas germânicas [alemão, inglês, dinamarquês, sueco, norueguês etc] entre outras línguas europeias.

 

Norte da África [terras entre o Mar Mediterrâneo e o Saara]

O egípcio [no nordeste], o fenício [em Cartago - atual Tunísia] e línguas de povos berberes [no noroeste], entre outras.

Os povos do deserto [Saara - norte da África] têm origem nas migrações de povos da Anatólia [atual Turquia] e do Levante [atual Síria, Líbano e Palestina] que ocorreram antes da invenção da escrita, no período neolítico. Isso inclui onde hoje se localizam Egito, Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos, Mali etc. Daí a razão para as línguas faladas no norte da África pertencerem à família afro-asiática, milênios antes do islamismo florescer e se expandir. Na Idade Média, a expansão islâmica levaria o árabe, língua de família afro-asiática do ramo semítico.


No Egito [nordeste da África e Península do Sinai]:

Egípcio Antigo - língua afro-asiática, falado em todo o Egito.

Copta - língua descendente do egípcio clássico, hoje sendo litúrgica em cerimônias cristãs no Egito. 


Os textos religiosos mais antigos já encontrados no mundo são os Textos das Pirâmides, escritos nas paredes internas de algumas pirâmides de faraós sepultados em Sakkara. Exemplos são a pirâmide do faraó Unas e do faraó Tetis.

Obs: Imotepe foi um grande arquiteto e engenheiro. Ele projetou e construiu a primeira pirâmide do mundo, a pirâmide de Djoser, na necrópole de Sakkara . Todo o resto que se afirma hoje sobre ele é lenda e misticismo, não História.

A arqueologia atual sabe e afirma que as pirâmides não foram construídas com trabalho escravo. Foram construídas por artesãos especializados e bem pagos e era um serviço de prestígio na época.


O Egito se localiza em dois continentes: África e Ásia [Península do Sinai]. Por sua posição geográfica, foi uma região de intensas migrações, principalmente entre África e Oriente Médio, desde a pré-história. Isso inclui relações comerciais amistosas e períodos de disputa territorial [guerras].

O tratado de paz mais antigo que se tem conhecimento foi firmado entre egípcios e hititas [povo indo-europeu da Anatólia] durante o governo de Ramsés II.

Obs: o êxodo dos hebreus é uma narrativa mitológica, não um fato histórico. Por mais que se procure, não há evidências arqueológicas do êxodo, mas há muitas evidências contrárias a tal narrativa, que por seu estilo literário, denota ser um mito de fundação.

A estela de Meremptah não menciona o povo de Israel. Ela é um monolito comemorativo às vitórias bélicas do faraó sobre as invasões dos povos do mar. O nome mencionado é "Isisiar", um povo do mar, militarizado e conquistador, que foi massacrado pelo faraó.


Mais tarde, o Egito foi dominado pelos persas. Eles só recuaram quando o exército de Alexandre da Macedônia os venceu. A partir daí, a cultura egípcia e grega se fundiram, dando origem à famosa Biblioteca de Alexandria, que mantinha os textos mais importantes da época. E por 300 anos houve avanços científicos e grandes obras literárias guardados por essa biblioteca. Mulheres como a rainha Cleópatra VII e a cientista Hipátia de Alexandria zelaram por esse riquíssimo arquivo literário, que variava entre descobertas astronômicas a peças teatrais de Sófocles.

Obs: filósofos gregos como Tales de Mileto e outros passaram pelo Egito muito antes desse período helenístico. Lá eles criaram ou receberam o conhecimento [nunca saberemos] de teoremas matemáticos importantes até hoje. Ou seja, a interação entre Egito e Grécia já existia há pelo menos 1 século antes de Alexandre da Macedônia. 

Após a morte de Cleópatra VII, última rainha macedônica, o Egito passou ao domínio do Império Romano. Séculos mais tarde, com a cristianização do Império Romano, a Biblioteca de Alexandria foi destruída e quase todo o seu arquivo foi perdido para sempre. Hipátia de Alexandria [bibliotecária-chefe, filósofa, astrônoma e professora] foi brutalmente agredida até a morte.


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