domingo, 24 de maio de 2020

Glauco Mattoso: Poesia na Pandemia


O poeta Glauco Mattoso está produzindo livros eletrônicos e disponibilizando-os gratuitamente para leitura online. O livro abaixo traz muitos poemas sobre: a pandemia do coronavírus, política, memes e outros temas atuais. Foi publicado em 4 de maio. Segue o link:



Com quase 69 anos e sofrendo de insônia, escreve compulsivamente, entre intervalos de 2 horas de sono.

Características do poeta: é recordista mundial de composição e publicação de sonetos. Já ultrapassou a marca de 6 mil e tantos, enquanto o 2º lugar tem 2.279. Porém, alguns sonetos glauconianos foram compostos com estrutura 4-4-4-4, e não 4-4-3-3. Também é tradutor, contista, letrista de música etc. É autor do Dicionarinho do Palavrão & Correlatos inglês-português/português-inglês.

Seu pseudônimo é um trocadilho com "glaucomatoso", termo usado para os que sofrem de glaucoma, doença que o fez perder progressivamente a visão, até a cegueira total aos 44 anos de idade. Suas iniciais GM também remetem ao poeta Gregório de Matos, de quem se considera herdeiro no SARCASMO. (Fonte: Wikipédia - Glauco Mattoso).

Hoje ele usa um computador que fala e até soletra. Assim escreve seus sonetos, letra por letra. Glauco Mattoso usa uma ortografia que emula o português renascentista, camoniano.

Porém, se na ortografia e estrutura poética ele é tradicional, o mesmo não acontece na sua temática. São recorrentes o erotismo explícito e o uso de termos escatológicos [excrementos do corpo], como o era em Bocage; mas é dissonante daquele poeta ao trazer o sadomasoquismo, a masturbação, a podofilia [fetiche por pés], a bissexualidade etc.

Essa antítese entre formato clássico e linguagem cáustica, os neologismos, a temática autobiográfica e o modo como ele se coloca intimamente no texto fazem deste poeta um exemplo único no mundo literário. Portanto, eu fortemente recomendo que o conheçam e leiam... mas advirto: ele vai provocar [até chocar] o leitor!


PS: é bom lembrar a moralistas, haters e "guardiões do politicamente correto" que, quando se trata de arte, não somos obrigados a concordar com o artista. O papel dele é ser artista e poder se expressar livremente, já o espectador é livre para ver, ouvir, ler ou não. Os críticos literários, por sua vez, também não precisam concordar com opiniões e ideologias do autor; mas devem saber identificar o valor artístico de seus escritos.

Glauco Mattoso, o Tirésias satírico.




Nenhum comentário:

Postar um comentário