Os poetas antigos cantavam seus versos de cor. A
expressão "saber de cor" significa "saber de coração" (cor
= coração em latim). Em inglês "saber de cor" se diz "know by heart" (= saber de coração).
As rimas, ritmo e
métrica são algumas técnicas que facilitam a memorização dos versos. E assim, cantando, tanto as notícias quanto as tradições eram transmitidas por gerações.
Durante muitos séculos a poesia era feita para ser cantada (gênero Lírico). Ainda hoje é assim, mas agora chamamos isso de “letra de música”, ou em inglês “Lyrics”.
Durante muitos séculos a poesia era feita para ser cantada (gênero Lírico). Ainda hoje é assim, mas agora chamamos isso de “letra de música”, ou em inglês “Lyrics”.
Poesia e música sempre estiveram ligadas desde os
primórdios. Alguns dos estilos poéticos mais consagrados desde a Antiguidade
são: hino, ode (canto, em grego), elegia, cantiga, canção, madrigal, rondó, balada,
redondilha, soneto (sonzinho, em italiano).
Etimologicamente, a palavra "música" se origina de "musa".
Etimologicamente, a palavra "música" se origina de "musa".
As musas representavam a personificação das Artes, a quem os poetas pediam inspiração, enquanto que as ninfas representavam a personificação de elementos naturais.
INVOCAÇÃO
DAS MUSAS - Trechos selecionados das quatro grandes epopeias
ocidentais:
Canta, ó Musa, a ira de Aquiles, filho de Peleu, que
incontáveis males trouxe às hostes dos aqueus. (HOMERO, ILÍADA)
Ó divina poesia, mantenha viva para mim esta canção do
homem [...] Faça com que essa história viva para nós [...] Conta-me, Musa, a
história do homem, que, depois de destruir a sacra cidade de Troia, andou
peregrinando larguíssimo tempo. (HOMERO, ODISSEIA)
Conta-me, musa, as causas (VIRGÍLIO, ENEIDA)
E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mim um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mim vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo e corrente [...]
Dai-me uma fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou flauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa, [...]
Que se espalhe e se cante no universo,
Se tão sublime preço cabe em verso.
(CAMÕES, OS LUSÍADAS)
Tendes em mim um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mim vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo e corrente [...]
Dai-me uma fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou flauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa, [...]
Que se espalhe e se cante no universo,
Se tão sublime preço cabe em verso.
(CAMÕES, OS LUSÍADAS)
Obs: Tágides é como Camões nomeia as Musas do rio Tejo
(ou ninfas do Tejo, por também personificarem um elemento da natureza: o rio).
Nenhum comentário:
Postar um comentário