domingo, 29 de março de 2020

Em tempos de pandemia (poema)

Em tempos de pandemia


E as pessoas ficaram em casa
E leram livros e ouviram
E descansaram e se exercitaram
E fizeram arte e jogaram jogos
E aprenderam novas maneiras de ser
E foi assim.

E ouviram mais profundamente.
Alguns meditaram,
Alguns oraram,
Alguns dançaram,
Alguns conheceram suas sombras.
E as pessoas começaram a pensar de forma diferente.

E as pessoas se curaram.

E na ausência de pessoas que viviam de maneiras ignorantes,
Perigosas, irracionalmente e sem coração,
A Terra começou a se curar.

E quando o perigo passou
E as pessoas se encontraram novamente,
Lamentaram suas perdas
E fizeram novas escolhas
E sonharam com novas imagens
E criaram novos modos de vida
E curaram a Terra completamente,
Assim como elas tinham se curado.

Catherine M. O’Meara, publicado em 16 de março de 2020.
Adaptação em verso e tradução: Renan.



Versão original (em prosa poética):

In the Time of Pandemic
PUBLISHED ON March 16, 2020

And the people stayed home.
And they read books, and listened, and rested, and exercised, and made art, and played games, and learned new ways of being, and were still.

And they listened more deeply. Some meditated, some prayed, some danced. Some met their shadows. And the people began to think differently.

And the people healed.

And, in the absence of people living in ignorant, dangerous, mindless, and heartless ways, the earth began to heal.

And when the danger passed, and the people joined together again, they grieved their losses, and made new choices, and dreamed new images, and created new ways to live and heal the earth fully, as they had been healed.


© Copyright of all visual and written materials on The Daily Round belongs solely to Catherine M. O’Meara, 2011-Present.


Sem poluição, cisnes e peixes voltam aos canais de Veneza.















Sem turistas, tartarugas  retornam em massa para fazer seus ninhos (Índia).





Durante "quarentena", manada de elefantes descansa em plantação de chá na China.























Nasa registra drástica queda da poluição em cidades que seguem o isolamento social.

sábado, 14 de março de 2020

Oi, amigo.


Oi, amigo. Estou ouvindo Gipsy Kings aqui e isso me fez lembrar da nossa infância. Anos incríveis! Não sei por que perdemos contato. Foi porque crescemos e nos tornamos adultos responsáveis, cada um com sua família e contas a pagar? Foram divergências políticas? Não sei. Acho que é o curso natural das coisas. Mas isso não importa, não precisamos entender isso, o importante é o que estou para relatar nas linhas seguintes.

Hoje, após uma década ou mais sem nenhum contato, resolvi escrever para você. Tive uma razão para isso, mas antes quero falar das lembranças.

Nossas melhores lembranças começaram com gritos: "Desce, vamos brincar". Depois passamos à fase de gravar músicas. Você cantava bem, eu tocava violão mais ou menos.

Lembra aquela época de ir à locadora escolher filmes? Passávamos um bom tempo escolhendo os filmes para levar e assistir. Até hoje tenho pesadelos de ir na segunda-feira devolver filmes à locadora. Essa era a parte chata de locar filmes.

Apesar das boas lembranças, aquela não era uma época fácil. Éramos crianças, depois adolescentes, a vida cobrava pouco da gente, mas como estávamos na flor da idade, descobrindo tudo, qualquer cobrança parecia muito. A escola parecia tão difícil naquela época!

Havia coisas muito ruins. Algumas vezes eu sofria com ameaças de apanhar de uma galera de meninos do conjunto. Cresci com medo constante. Todo mundo era agressivo naquele tempo.

Mesmo assim me lembro com saudades. Nas férias, brincando na areia, quando chegava o carrinho de picolé todas as crianças (nós inclusive) gritavam os seus pais para aparecerem na janela e jogarem os trocadinhos.

Fazíamos teatro de brincadeira, esculturas de areia, olimpíadas... Éramos artistas. Às vezes sonho com aquele condomínio. Geralmente, nos sonhos, estou indo à sua casa, aquele apartamento no 3º andar. Lembro-me que lá foi a primeira vez que comi couve chinesa (acelga) e gostei. Depois disso, começaram a cobrar lá em casa que eu comesse mais legumes. Ficaram com ciúmes, porque na sua casa eu comia de tudo, na minha eu era um chato para comer.

Meu amigo, venho lhe comunicar que minha mãe faleceu em 28 de janeiro deste ano, uma Terça-Feira à noite.

Agora ela descansa em paz. Acabou o sofrimento para ela. Eu, no entanto, continuo aqui. Ela sempre gostou de você e de nossa amizade. Aliás, ela gostava de todos meus amigos. Ela sempre se lembrava do nome de todos os meus amigos e perguntava como estavam.

Você é uma parte importante da minha infância e adolescência. Estou ficando velho e, portanto, mais sentimental. Sentindo saudades daquela época de andar de skate, jogar Atari, brincar, correr etc. E principalmente, saudade dos amigos e lembranças. É o ciclo natural agora vindo atrás de mim. 

Saudades, amigo. Você hoje é médico, eu professor. Mas seria bom por uma vez mais sermos apenas aqueles dois bons amigos, descobrindo um mundo de aventuras.

segunda-feira, 9 de março de 2020

Meus favoritos no momento

Se hoje fosse para listar meus top 5 em várias categorias, ficaria assim.

Atividades físicas a começar ou continuar:

- Kung Fu;
- Boxe;
- Frescobol;
- Voleibol;
- Natação.

Comidas:

- Churrascaria;
- Spaghetti alla bolognese;
- Yakisoba;
- Temaki de salmão;
- Pizza.

Idiomas a continuar me aprofundando:

- Italiano;
- Inglês;
- Espanhol;
- Francês;
- Português.

Idiomas a aprender um pouco mais:

- Alemão;
- Árabe;
- Russo;
- Mandarim;
- Latim.

Séries:
- The Big Bang Theory;
- Two and a half men;
- Cobra Kai;
- Gotham;
- Anos Incríveis.

Filmes:

- Casamento à indiana (Monsoon Wedding);
- The Godfather (trilogia);
- O irlandês (The irishman, 2019);
- Batman vs Superman: A origem da Justiça;
- X-Men: Dias de um futuro esquecido.

Música/bandas:

- The Beatles;
- Iron Maiden;
- Lynyrd Skynyrd;
- Creedence Clearwater Revival;
- The Doors.

Livros/ficção:

- A Pedra da Luz: Nefer, O Silencioso (Christian Jacq);
- Édipo Rei (Sófocles);
- O livro do desassossego (Fernando Pessoa);
- O Obsceno Pássaro da Noite (José Donoso);
- A paciente silenciosa (Alex Michaelides).

Livros/ não ficção:

- O homem e seus símbolos (C. G. Jung);
- A República (Platão);
- Fédon (Platão);
- Elementos da meditação (David Fontana);
- Redação Inquieta (Gustavo Bernardo).

Poetas:

- Fernando Pessoa;
- Camões;
- Augusto dos Anjos;
- Bocage;
- Oscar Wilde.


Essas minhas listas de preferências estão mudando constantemente, mas alguns elementos têm se mantido.

Obs 1: A banda The Smiths, para mim, fica entre música e poesia. Ou seja, sem categoria definida.

Obs 2: Acho que estou velho demais para a correria do basquete, mas é um esporte que admiro.


Obs 3: Menção honrosa a Watchmen, graphic novel e filme. Fiz uma postagem sobre isso:

http://interludico.blogspot.com/2016/03/herois-dos-quadrinhos-watchmen.html