Prof. Me. Renan (Estudos
Literários)
Profª. Ma. Tatiana Vieira
(História e Educação)
DEFINIÇÃO
O termo “literatura de cordel” é
impreciso, uma vez que esse tipo de literatura não possui forma padronizada,
podendo se apresentar como prosa narrativa (histórias), verso (desafios, pelejas,
cantigas etc) ou teatro.
Apesar da ausência de
padronização formal, esses textos têm em comum a origem ou influência da tradição
oral.
A temática também é variada, mas
quase sempre regionalista. O método de impressão e distribuição é conhecido desde
a Europa e a Ásia.
Importa ressaltar que o formato
do livro e modo de distribuição por si só não definem o tipo de literatura.
ORIGENS
Desde a Grécia homérica (8 a.C.)
já havia poetas que cantavam os feitos heróicos das guerras e dos Jogos
Olímpicos. Também cantavam hinos aos deuses e à pátria; ou celebravam a caça, a
colheita e a pesca. Alguns deles cantavam aos noivos em cerimônias
matrimoniais, ou expressavam o luto em funerais de pessoas ilustres. Havia
comédias para ironizar personagens das cidades-estado e epopeias para
imortalizar feitos lendários. Os mais ousados cantavam simplesmente o amor (eros).
TROVADORISMO
Na Europa medieval existiam
jograis e menestréis que cantavam histórias de cidades longínquas, temas
religiosos ou o amor a uma donzela. As cantigas medievais em Portugal datam do
século XIII.
LITERATURA DE CORDEL PORTUGUESA
O primeiro registro de literatura
de folhetos em Portugal pertence às peças de Gil Vicente, que publicou sob este
formato alguns de seus autos. O grande nome desse gênero de publicação foi
Baltazar Dias (séc. XVI).
A LITERATURA DE CORDEL PORTUGUESA
ATRAVESSA O ATLÂNTICO
Alguns textos editados em
folhetos foram enviados ao Brasil, como se vê no “Catálogo para Exame dos
Livros para Saírem do Reino com Destino ao Brasil”, conservado no Arquivo
Nacional da Torre do Tombo, em Portugal.
Tratava-se de pedidos de
autorização para o envio de material impresso ao Brasil, destinados à Real Mesa
Censória (criada em 1768) a quem competia conceder ou não a licença, de acordo
com a natureza do livro.
FORMAÇÃO DA POÉTICA NORDESTINA
Diferentemente da literatura de
cordel portuguesa, que não possui uniformidade, a literatura de folhetos
nordestina é bastante codificada.
As apresentações públicas de narrativas,
charadas e disputas possuem estilo peculiar e parecem ter iniciado seu processo
de definição ainda no espaço da oralidade, muito antes da possibilidade
de haver material impresso.
Um dos iniciadores desse estilo
foi Agostinho Nunes da Costa (1797 – 1858). As primeiras publicações datam do
final do século XIX. Leandro Gomes de Barros está entre os nomes que
sistematizaram o método de edição.
Fonte:
ABREU, Márcia. Histórias
de cordéis e folhetos. Campinas – SP: Mercado de Letras: Associação de
Leitura do Brasil, 1999.
Academia Brasileira
de Literatura de Cordel: http://www.ablc.com.br/
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