quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Emancipação



O governo não tem poder maior do que o povo que o elegeu. Mas acima de todos, estão as grandes corporações, estas sim têm poder e governam os nossos políticos. O povo vive de joelhos e não se levanta por medo, mas ele não tem nada a perder, só terá que aprender a andar sobre os próprios pés.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Intertextualidade em “Iracema” de José de Alencar


Iracema - tela de José Maria de Medeiros



Paralelo entre Iracema e a história da colonização do Continente Americano 

Iracema é uma índia virgem, cujo nome é um anagrama para "america" (América). Martim é o homem branco com quem Iracema tem sua primeira relação sexual. Esse episódio representa o desbravamento da floresta tropical, da mata atlântica, da natureza ainda "virgem" do Continente Americano. 



Paralelo entre Iracema e a Bíblia (história de Raquel e Jacó) 

Raquel, personagem do Antigo Testamento, deu à luz um menino e chamou-o pelo nome de Ben'onî – que em língua hebraica significa "filho da dor".

Iracema, personagem de Alencar, deu à luz um menino e chamou-o pelo nome de Moacir – que em língua tupi significa "filho da dor".

Por que "filho da dor"? Porque nas duas histórias, a mãe morre pouco depois de dar à luz. Raquel morre no parto, Iracema morre após entregar o seu filho a Martim.

Obs: Mais tarde, o nome Ben'onî (ou Benoni) foi mudado para Benjamin.

A intertextualidade (aproximação) entre Moacir e Benjamin pode ser interpretada como sendo uma tentativa de Alencar de atribuir aos brasileiros a qualidade de “povo escolhido”, assim como os judeus, fazendo-os ambos pertencer a uma mesma casta.



Paralelo entre Iracema e o mito de fundação de Roma

Segundo o mito da fundação de Roma, Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba.

No livro Iracema, a índia amamenta seu filho com dificuldade. A amamentação só se torna possível depois que a índia faz com que uma loba sugue o seu seio.

Matim, pai de Moacir, é um guerreiro branco e representa a cultura europeia. O seu nome significa "guerreiro" – derivado do latim – e remete ao deus romano Marte, deus da guerra.

Em resumo, Alencar criou em Iracema uma lenda sobre a origem do Brasil, cujo povo se inicia a partir da miscigenação do índio com o branco. A intertextualidade entre Moacir (em Iracema) e o mito da fundação de Roma é uma tentativa de Alencar de atribuir uma origem lendária (heróica) ao povo brasileiro.

Sendo assim, o romance de Alencar tem características épicas, apesar de ser escrito em prosa.

Cinema com tema: globalização e mercado de trabalho


Quatro ótimos filmes que refletem sobre os problemas do mundo atual.


Casamento à indiana (Monsoon Wedding, 2001)
Mostra a contradição entre as tradições da Índia e o mundo globalizado. Como essas tradições podem resistir aos novos tempos? Um filme sobre valores familiares, como o amor e o perdão, contrapondo-se ao dinheiro e ao avanço do capitalismo.



Os Edukadores (Die Fetten Jahre sind vorbei, 2004)
No mundo pós-moderno, sem heróis e sem bandeiras, jovens tentam recuperar o espírito revolucionário de épocas passadas, porém, a moral deles não lhes permite cometer as atrocidades daqueles revolucionários mortos. A criatividade é a única arma de que eles querem dispor para mandar sua mensagem, porém, os riscos parecem ser os mesmos. O argumento do filme é uma metáfora sobre a dívida de países pobres com países ricos, dívida esta que permite os ricos exercerem uma economia plena, baseada na exploração do mais fraco.



O que você faria? (El Método, 2005)
Baseado na peça teatral “El Método Grönholm”. A narrativa apresenta-nos um processo seletivo cruel para uma vaga de emprego. Os candidatos submetem-se à humilhação, em provas que beiram o ataque pessoal e a disputa por um emprego. Uma alegoria sobre o mercado de trabalho globalizado.



O Corte (Le Couperet, 2005)
O filme traz muitas reflexões sobre a loucura do mercado de trabalho do mundo contemporâneo. O desemprego leva um pai de família ao desespero e à beira da insanidade. Para resgatar sua antiga vida ele é capaz de tudo, mas será que seus fins justificam os meios?