O que aconteceu com o rock and roll? Onde jaz a alma punk? Atitude e rebeldia são verbetes desconhecidos no mundo pop de hoje. Farei aqui um breve comentário sobre a primeira semana do Rock in Rio, mas apenas sobre aquelas bandas das quais vale a pena falar. Portanto, aquelas que eu não citar aqui é porque não valia a pena mesmo!
Na minha opinião, Elton John fez o melhor show do Rock in Rio até agora. O que me revoltou muito foi o fato de ele não fechar a noite, e pior, ter recebido pouca atenção da mídia. Algum blogueiro do Yahoo definiu o show de Sir Elton como "morno". É brincadeira, né? A banda era estupenda e mesmo que o cantor/compositor inglês estivesse sozinho, ainda assim seria o melhor show daquela noite. Seus improvisos ao piano foram de tirar o fôlego!
A banda Metallica fez uma bela apresentação. É normal que, tocando ao vivo, o guitarrista masque algumas notas, isso não é imperdoável. Mas baterista perdendo o ritmo... Esse sim foi The Unforgiven (que aliás, eles não tocaram, que pena!).
Red Hot Chili Peppers foi bom, principalmente pelo baixista que (no melhor estilo) rouba a cena . O Motörhead é clássico, e para quem gosta, realmente é um show que vale a pena.
Fiquei impressionado com Sepultura e Slipknot. Mesmo não gostando desse estilo de heavy metal (com voz de cachorro rouco) gostei dos shows. O som do Coheed and Cambria, que eu não conhecia, me agradou muito.
O grupo Angra sofreu com vários problemas técnicos, o que talvez explique as desafinadas do vocalista. Convenhamos, esse Rock in Rio ficou marcado pelo excesso de falhas técnicas. Espero que na segunda semana de shows não haja mais problemas.
As apresentações de Titãs, Paralamas, Milton Nascimento, Ed Motta, Sandra de Sá e Capital Inicial não foram muito boas, salvo em alguns momentos (que infelizmente não eram constantes).
Ainda acho injusto que num festival que traz a palavra "rock" haja tanta diversidade de estilos. É tão raro termos um evento essencialmente roqueiro no Brasil, e quando finalmente aparece um, dá nisso. O que pensariam os chicleteiros se as micaretas contassem com bandas de rock nos trios?
Hoje se fala muito em “ser eclético”. Eu sou a favor, mas no carnaval (e micaretas infernais) ninguém é eclético! Todos aqueles trios parecem a mesma coisa, só muda a cor do abadá. Contudo, ser eclético demais também não é bom. Imagine a Tati Quebra Barraco dando uma canja no Rock in Rio... Melhor nem imaginar!
Muitas bandas e artistas de ótima qualidade não estão neste evento. Cito alguns: AC/DC, Rush, Iron Maiden, Scorpions, Deep Purple, Rage Against the Machine, Blind Guardian, Green Day, U2, Aerosmith, Alice in Chains (com novo vocalista), Radiohead, The Offspring, Rolling Stones, A-ha, Santana, Chingon, Tinariwen, Die Toten Hosen, Rammstein, Paul McCartney, Eric Clapton, Mark Knopfler, Lulu Santos, Gilberto Gil, Flávio Venturini.
Aguardo ansiosamente pelos shows de Stevie Wonder e Guns n' Roses. E também por Coldplay, Evanescence, System of a Down, Pepeu Gomes, Mutantes & Tom Zé, Frejat e Jamiroquai (não com o mesmo entusiasmo).
Mas o rock já não é o mesmo. Então prefiro ficar em casa, escutando os meus antigos CDs e a minha coleção de MP3. Os meus heróis morreram de overdose (citando Cazuza) ou de Aids, ou câncer, ou de desastre aéreo, um cometeu suicídio e o maior deles foi covardemente assassinado. Apenas heróis mortos não decepcionam.
Rock in Heaven:
Jimi Hendrix,
Janis Joplin,
Jim Morrison,
Elvis Presley,
Raul Seixas,
Michael Jackson,
Freddie Mercury,
Cazuza,
Renato Russo,
Bob Marley,
George Harrison,
Ritchie Vallens,
Mamonas Assassinas,
Stevie Ray Vaughan,
Kurt Cobain,
John Lennon.
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