quinta-feira, 25 de maio de 2017

Dica literária: duas escritoras

Safo de Lesbos, nascida na ilha de Lesbos (Grécia), cerca de 630 a.C. Foi uma aristocrata e poetisa reconhecida no gênero da lírica erótika (lírica = poesia cantada; eros = amor, em grego). Ou seja, a poesia que canta sobre o amor.

Sabe-se pouco sobre sua vida, mas o termo lesbianismo tem sua origem atribuída a ela. Não se sabe se fundou uma escola, mas na teoria literária o termo sáfico designa um estilo de versificação, com acentos tônicos e ritmo próprios.

De sua obra, o que chegou até nós são na sua maioria fragmentos. Boa parte de sua poesia foi destruída no incêndio da famosa Biblioteca de Alexandria (Egito), na época de Cleópatra e Júlio César. Outra parte foi destruída pela Igreja Medieval. Mesmo assim, Safo de Lesbos é admirada e reconhecida entre os estudiosos de Letras. Foi pioneira em seu gênero e está imortalizada nas páginas da História.

Para saber mais sobre sua vida e ler seus poemas, recomendo o link abaixo. Trata-se de um trabalho de Manuel Pulquério, da Universidade Católica Portuguesa, curso de Letras. O autor nos traz traduções e adaptações da obra de Safo:

http://www4.crb.ucp.pt/Biblioteca/Mathesis/Mat10/mathesis10_155.pdf

Safo segurando uma lira (tela de Charles Megin)


























Marion Zimmer Bradley (EUA, de 1930 a 1999) foi uma romancista, autora de "As brumas de Avalon" (The Mists of Avalon). Seu livro narra a lenda do Rei Arthur numa ótima feminina. As personagens já são conhecidas desde a Idade Média: Arthur, o cavaleiro Lancelot, a rainha Guinevere, o mago Merlin, a fada Morgana (descrita como bruxa nas lendas anteriores) e seu filho Mordred, fruto de um relacionamento incestuoso com seu irmão, o Rei de Camelot.

Pessoalmente, de todas as versões que existem sobre essa lenda, esta é a narrativa que me parece mais inteligente e eficaz na sua construção estrutural, sobretudo por corroborar de forma empática com os conflitos psicológicos das personagens e por nos dar uma visão histórica dos encontros e desencontros entre o Paganismo e o Cristianismo.

Esta obra rendeu um belíssimo filme com Angelica Huston no papel de Viviane (a Dama do Lago, sacerdotisa e protetora da espada Excalibur).

Dá até vontade de contar mais detalhes, mas em tempos de spoilers, deixo aqui a dica de assistir ao filme e/ou ler o livro.


Cena do filme "As brumas de Avalon" (2001).

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