quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Enquanto espero

Este soneto pra passar as horas
Só foi escrito para matar o tempo;
Pois longos minutos causam a demora
Do que espero que não seja lento.

Essa areia que teima na ampulheta,
Essa água na clepsidra engasgada
Parece que parou todo o planeta,
Saber da rotação vale de nada!

Que ciência ingrata e maldita esta é
Do relógio e dos números exatos,
Mas frios e por isso não dou fé.

Prefiro a arte inexata das musas
Na qual me refugio com paixão
Para matar o tédio e a solidão.



Decassílabo, esquema de rimas: ABAB CDCD EFE GHH
Renan, 27 de agosto de 2014.